No silêncio de cada coração vive a verdade de cada um. Embora ela tente, não consegue esconder-se por muito tempo. O corpo não guarda segredos e nem consegue disfarçar a emoção.
É curioso perceber que aquilo que se pretende exibir é, por vezes, o que não se é, e o que não se vive. Nunca esteve tão em evidência o "exibicionismo".
Não posso criticar condutas que servem para sustentar uma dor. Afinal, por que se contrariar com a ideia de que se é feliz mesmo sem ser? Não queremos perder a ocasião de postar um lugar bonito, uma comida gostosa, um selfie que diga para o mundo: estou tendo a oportunidade de sorrir! Se isso é verdade ou não, fica para cada um; aliás, enquanto se posta e se acompanha as curtições, é possível "estar feliz" com isso.
A felicidade dos outros, muitas vezes, gera revolta. Isso se dá, talvez, pela confrontação da vida do outro com a de quem a vê nas redes sociais. A verdade é que a felicidade alheia incomoda sim e gera inveja.
É sabido que a autoimagem é fruto de um olhar próprio que considera também o julgamento do outro. Ou seja, somos o modo como nos vemos com a conjugação do olhar dos outros.
Se isso é verdade, que se angariem mil aprovações, porque a partir do que se propaga cria-se um estado mental positivo de si, pouco importando se antes a felicidade existia ou não.
O fato é que quem sabe ser feliz não deve nada a ninguém. Não é verdade?
Mas façamos de nossa felicidade uma prática verdadeira, e por que não silenciosa?!
Por: Karina Simões Moura de Moura
Disponível também em minha coluna UOL : http://www2.uol.com.br/vyaestelar/mulher.htm