As pessoas que sofrem de transtorno dismórfico acreditam que ao mudar a aparência, a felicidade e a sensação de bem-estar virão à tona num passe de mágica. Um erro fatal. Pois, na medida em que vão mudando a aparência, através de intervenções cirúrgicas (plásticas) ou exercícios físicos exagerados, pode-se condicionar um aparecimento de um novo transtorno comórbido - TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo.
O Transtorno Dismórfico Corporal envolve uma percepção distorcida da imagem corporal caracterizada pela excessiva preocupação com um defeito imaginário na aparência ou com um mínimo defeito corporal presente. E tal percepção pode ser imaginária, ou estar baseada em pequenas alterações da aparência, resultando numa reação exagerada e acarretando prejuízos no funcionamento pessoal, familiar, social e profissional.
A vigorexia, também conhecida como síndrome de Adônis, é uma manifestação clínica do Transtorno Dismórfico Corporal. A vigorexia torna os indivíduos obsessivos por atividades físicas. Acomete mais o sexo masculino e pode acarretar problemas sérios como: lesões musculares, insônia, desinteresse sexual com disfunções sexuais graves, irritação, transtornos alimentares etc. O quadro clínico pode evoluir com problemas cardiovasculares, câncer de próstata e diminuição dos testículos.
Sentimentos de inferioridade, desmotivação e depressão são frequentes entre os vigoréxicos
Podemos citar alguns aspectos da personalidade do vigoréxico: buscam uma figura perfeita influenciado por modelos culturais atuais, têm obsessões em ser o melhor, costumam ter baixa autoestima e dificuldade para integrar-se socialmente.
Traçando um paralelo entre a vigorexia e a anorexia, ambos os transtornos com distorção na imagem corporal, identificamos as seguintes informações: os vigoréxicos nunca se acham suficientemente musculosos enquanto que os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros. Ambos apresentam distorção da imagem corporal e podem ser considerados quadros patológicos dentro do TDC.
Características comuns da anorexia e da vigorexia:
1. Preocupação exagerada com o corpo;
2. Distorção da imagem corporal;
3. Baixa autoestima;
4. Personalidade introvertida;
5. Fatores socioculturais comuns;
6. Tendência à automedicação;
7. Idade que o transtorno inicia é na adolescência;
8. Modificações na dieta.
Na anorexia a autoimagem é de obeso. Já na vigorexia o paciente se enxerga fraco. A automedicação é diferenciada também, pois o primeiro faz uso de laxantes e diuréticos; o segundo, de anabolizantes. A anorexia é predominante no sexo feminino, já a vigorexia no sexo masculino.
A vigorexia ainda não se encontra incluída nas classificações do CID 10 ou do DSM-IV. Mas está enquadrada na sintomatologia e comorbididade dos TDC e do TOC.
Ficar alerta aos sintomas e procurar um profissional adequado pra o tratamento é a melhor opção, sabendo que tais transtornos têm tratamento e acompanhamento que apresentam resultados bem-sucedidos.
Lembre-se: fazer exercícios é sempre uma dos melhores caminhos para nosso equilíbrio psíquico. Mas, a grande busca, de todos os seres, é encontrar esse limiar entre o saudável e o obsessivo.
Fique alerta! Cuide-se!
Por: Karina Simões
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Data: segunda-feira, 28 de maio de 2012