Habilidade social hoje em dia, é tudo que há. Atualmente, o sucesso das relações sociais e afetivas dependem muito mais da habilidade para interagir com as pessoas do que que a própria oportunidade em si. Mas nem todo mundo tem essa tal habilidade! O que fazer então quando não se tem?
Para começar a se dar bem com o outro, antes é preciso lidar bem consigo mesmo, conhecer seus desejos e anseios mais profundos, suas fraquezas, medos e suas reais necessidades. Um treino de autoconhecimento começa por você mesmo. A socióloga Fátima Motta disse: "Esse movimento interno permite perceber empaticamente quem está ao seu redor e compreender o contexto, o código, a ética das relações, construindo assim um vínculo positivo para todos".
Amar e ser amado é um desejo íntimo de todos nós, desde que nos reconhecemos como seres capazes de sentir. Desejar a exclusividade do amor, é algo também que logo cedo sentimos, ao sair do ventre da mãe e o reconhecimento com o mundo. Daí então, instala-se o ciúme, um desejo de ser único faz parte de nossas vidas nessa busca afetiva.
Saber lidar maduramente com o sentimento de dividir o amor e compreender as várias faces do amor, é muitas vezes, um caminho árduo e cheio de espinhos. Mas se você resolver trilhar esse caminho passando por etapas e aprendizados, saiba que o resultado é promissor e benéfico.
É refletindo sobre nossas próprias ações que tornamos acessível uma nova educação sentimental, reestruturando crenças e cognições afetivas.
Alguns passos estão relacionados abaixo para que possamos treinar nossa habilidade social e afetiva, diariamente:
1. Saber ouvir é o primeiro passo para trilhar e treinar sua habilidade social. Escutar o outro com interesse real e com o olhar focado em quem está falando, essa é uma atitude empática.
2. Cuidado com o tom da fala e do discurso. Ajustar sua linguagem para que combine com o universo que você está interagindo socialmente é fundamental.
3. Gerar empatia requer esforço e sensibilidade. Empatia social é nos colocarmos no lugar do outro. Troque mentalmente de posição social com o outro. Tente sentir-se como ele.
4. Seja coerente e flexível. Ajustar as ações e a fala com flexibilidade e coerência, mantendo o foco em quem você é e nas suas crenças. Tais atitudes ajudam você a conquistar credibilidade e admiração dos outros.
5. Envolver-se com causas e encantar-se com a vida.
Agora, falando em relacionamentos instáveis, os famosos "ioiô", que acabam e voltam num piscar de olhos, os familiares e amigos desse casal comumente tem dificuldade em lidar socialmente com eles. Nunca sabem como abordá-los. Pois, nunca sabem a real situação afetiva do casal.
A imaturidade emocional do casal é uma das características desse relacionamento instável. A baixa tolerância à frustração é outra característica forte presente. O casal que leva a relação assim por um longo tempo, geralmente apresenta uma resistência em lidar com a frustração e passa a não enxergar qualidades no outro na hora da briga ou de uma crise.
O casal deve ficar alerta para que essa relação não se torne uma simbiose doentia. Uma dependência afetiva um do outro, fazendo com que ambos não consigam terminar. E isso é o que move o retorno. Esses casais desenvolvem uma sede por esta emoção que incorporam uma versão dramática do amor nas suas vidas, fazendo desse comportamento "ioiô" um combustível para a paixão perdurar. Como se o convívio tranquilo fosse na verdade tedioso e não saudável para eles.
E prestem atenção: não há um relacionamento pronto ou "enlatado" com receitas e só esperando ser "devorado".
Relações saudáveis são construídas. Como disse certa vez o mestre Içami Tiba: "Quem ama educa". Eu completaria... quem ama escuta também.
Por Karina Simões
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Data: segunda-feira, 4 de junho de 2012