Pesquisas mostram que a mulher tem maior capacidade de resiliência que os homens. Isso significa que elas são capazes de se reorganizarem com mais facilidade do que eles diante de uma situação que gere desestruturação, como perda de pessoas por ela amada. A alma feminina, com característica mais introspectiva que a masculina, consegue responder em menor tempo a uma reestruturação de suas emoções, pensamentos e comportamentos.
Estudos e alguns teóricos sobre o assunto, tal como Silvia Koller, mostram que crianças órfãs que foram abrigadas tiveram atitudes diferentes. Enquanto as crianças do sexo masculino apresentaram maior agressividade, por maior tempo, as do sexo feminino mostraram-se mais comedidas. Sem que isso evidencie estado mais saudável, as meninas em menor tempo conseguiram voltar às suas atividades cotidianas e manifestaram comportamentos que apontam para uma aceitação do evento traumático.
Não penso que isso possa ser analisado sobre um prisma de superioridade ou de ser ou não um processo que indique um grau mais avançado de evolução do sexo feminino, mas uma hipótese para justificar tal fato pode estar na oportunidade que um e outro sexo dá à racionalidade. Com efeito, o homem parece menos saber desistir do que não se pode mais reaver, enquanto a mulher, embora sendo mais intensa em sua radicalidade de amar, aprendeu mais a consumir sua energia no campo do real e não do desejável impossível.
Lembrar-se de nossa condição feminina, aquela que sabe otimizar toda sua energia para o que se faz possível, é sabedoria pura. Se uns se vangloriam da força que os mantém firmes na luta e por isso trazem como lema "desistir jamais", outras guardam a sabedoria de lutar enquanto for possível alcançar. Do contrário, melhor intentar novos desafios. Neste caso, desistir não é fracassar, mas ser sábia. Significado que o dicionário escrito com esmalte e batom sabe tão bem traduzir. Amar enquanto for possível. Amar o novo quando o velho só existir na vontade e na fantasia de quem precisa aprender que tudo muda e tudo precisa mudar, principalmente nós mulheres.
Quando se ama, a conta que interessa para nós pode ser feita assim: perde-se a razão e vive-se perdido... de amor! Amando nunca se perde!
Por: Karina Simões
@Karisimoes