Todo fim de relacionamento, seja ele amoroso ou não, deixa conflitos e marcas para enfrentar nas futuras relações.
Recomeçar é um grande desafio e percebo isso em minha prática clínica diariamente.
Raiva, insegurança, carência, saudade, dor e desejo de vingança muitas vezes fazem parte do repertório vivido por quem passa pela revolução provocada pelo fim de um relacionamento.
O sofrimento, muitas vezes negado por muitos, se repercute nas relações posteriores, principalmente se não for bem compreendido e digerido.
Em meus atendimentos percebo que o processo de separação, quando não aceito, se divide em duas fases: a do protesto e a do desespero. De um lado, a reação de protesto, a pessoa abandonada tenta resgatar e recuperar o objeto de seu amor na tentativa de compreender o que fez de errado e o que poderia reacender o interesse do outro para um movimento de volta. Por outro, a reação de desespero quase sempre é tomada por momentos de fúria, mesmo que a relação tenha terminado de forma transparente e sincera.
Compreender de onde vem esses sentimentos que se apropriam nesse momento, é a chave principal para fechar ciclos afetivos e não repetir padrões de comportamentos em futuros relacionamentos.
Feridas fazem parte da vida de todos que se relacionam e um dia terminam um relacionamento. No entanto, é possível aprender a lidar com elas e se libertar da dor e de seus conflitos afetivos.
Na psicoterapia as pessoas têm a oportunidade de transformar dores que sangram em cicatrizes e histórias resolvidas.
Texto disponível em também em minha coluna no site: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/nao_aceito_o_fim_do_relacionamento.htm