Entre os casais, atravessar crises, é cada vez mais comum, porém o diferencial hoje, é a motivação de ambos em busca do desafio em descobrir meios para resgatar a relação. Saber até quando insistir ou desistir, sabendo que toda escolha jamais poderá ser pautada em um aspecto apenas. Pois, envolve tempo, reflexão, conversas, expectativas de cada um, formas de funcionamento individuais, crenças e valores, dentre outros fatores.
Toda ruptura causa desgaste, frustração, tristeza, decepção, e até mesmo, alívio. Para alguns a necessidade do fim pode ser clara e simples enquanto para outros pode ser difícil de enxergar, compreender e aceitar. Para uns é preciso pouco para acabar uma relação, para outros vale sempre tentar um pouco mais. A velha questão da falta de tolerância, falta de paciência entre os casais de hoje.
Questionar-se sobre o que move a escolha ou o desejo de se continuar junto de alguém, é essencial para se chegar num consenso. Amor? Sexo? Necessidade? Carência? Comodismo? Companheirismo? Parceria? O que mantêm sua relação? O que mantêm sua escolha de ser casal?
Lutar, investir e apostar na relação são gestos válidos e importantes. Entretanto também é fundamental saber o limite e até onde se deve ir. Pois, devemos visualizar as relações como elásticos, não devemos esticar até romper, mas prevenir para que a elasticidade jamais termine. Lembrando que relação sadia, existe quando há uma via de mão dupla, sendo engrandecedor para ambos.
As causas que levam à ruptura são muitas, algumas graves outras nem tanto, mas independente do que seja o fato é que quando se opta pelo término um caminho de desencontros, discussões, acusações, mágoas já foi percorrido e ele não será tão facilmente esquecido ainda que o casal tente, mais adiante, reatar. A importância do exercício mental do perdão, é essencial nessa fase. Costumo falar aos casais no consultório que perdoar é um ato vertical, e desculpar -se é um ato horizontal. Ou seja, o perdão é entre você e um Ser superior e ou você consigo mesmo, o outro não necessita saber, apenas sentir. Já o desculpar-se é um ato mais raso, ou seja, se faz necessário o consentimento do outro. Os dois atos tem sua devida importância dentro das relações e papéis fundamentais.
Exige uma grande maturidade, um certo desprendimento de pontos passados, capacidade de deixar o ressentimento de lado para se apostar novamente em uma relação. Algumas pessoas alcançam essa possibilidade, outras não. Esses seriam caminhos fundamentais para que se torne viável mais uma tentativa em se continuar junto. É normal que novas brigas e discussões que eventualmente surjam atualizem as dores ou mágoas antigas e se não houver por parte da dupla uma capacidade de conversar, se apoiar e considerar que fizeram uma nova escolha em estarem juntos, será ainda mais penoso e sofrido, porque indubitavelmente o passado será lembrado. O que vale é que apesar de lembrado ele sirva como um ponto de crescimento do casal e não como material de crítica a cada nova discussão.
Reflita muito sobre as motivações que os levam a tentar de novo e avalie acima de tudo se é uma escolha saudável. Não há necessidade de esticar o elástico até ele arrebentar. Por mais sofrida que seja desistir de uma relação devemos sempre lembrar que a lealdade e o cuidado devem ser maiores com nós mesmos, apenas assim teremos maior possibilidade em construirmos escolhas felizes, promissoras e saudáveis.
Mas, vale a pena lembrar de alguns significados e carregá-los na nossa bagagem como: renúncia, tolerância, paciência, cumplicidade, lealdade, amizade, soma, respeito...
Os trilhos dos nossos vagões da vida seguem...!!!
Por: Karina Simões
Data: sábado, 17 de setembro de 2011