E as portas se fecham “em automático”. Voo autorizado. A saudade e o sentimento de “missão cumprida” me acompanham na poltrona ao lado: vazia, mas preenchida, completamente de mim mesma e do amor puro. Meus voos sempre me levam a divagações, minha alma parece transcender e meus dedos não param de escrever. A inspiração sempre foi minha fiel companhia de voo. Nunca preciso apelar para que ela venha se fazer presente. Ela aparece assim, sem explicações lógicas como o amor que nos consome. Porque o amor foge de todas as lógicas matemáticas.
Nossas vidas são sempre recheadas de surpresas, milagres e encontros. Mas, quando nos deparamos com um encontro de almas, nosso afeto “grita” no silêncio nos encantando como um feitiço feito por um olhar e num encaixe sublime do beijar. E o beijo é o encantamento do encontro.
O amor nos revela o divino, iluminando os instantes da vida, que nos expõe em vulnerabilidade e nos coloca diante de situações, muitas vezes, incompreensíveis e que, talvez, nessa existência não encontraremos explicações. Só chegamos ao nosso eu mais profundo e alcançaremos a alma do outro quando verdadeiramente nos permitirmos amar. Você já se permitiu amar?
Decidi há um tempo, como uma meta diária, que eu aprenderia e ensinaria algo novo todos os dias, e a cada dia de minha vida. Aprendi hoje algo, na verdade “antigo”, porém, renovado em meu ser, por isso se faz novo. Trouxe, de fato, esse aprendizado de volta a minha consciência. A arte da espera, ou a espera do esperar.
Em Lispector, uma fiel companheira de viagens, finalizo minha divagação em homenagem aos dois brilhos de um olhar: a esperança e o amor.
“Existir é tão completamente fora do comum que se a consciência de existir demorasse mais de alguns segundos, nós enlouqueceríamos. A solução para esse absurdo que se chama “eu existo”, a solução é amar um outro ser que, este, nós compreendemos que exista.”
Aprendemos que nossa grande missão na vida não é vencer o medo da morte nem das perdas, mas encontrarmos o amor e desenvolvermos o amar! E amando...esperamos.
Esperar nas reticências de um olhar. Estou quase chegando. Como é bom retornar... a amar!
Por: Karina Simões
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Syrlei - 25.08.2012 | 16:54
Karina, que lindo texto. Eu não deveria estar encantada, pois todos os seus textos são assim: Encantadores. Parabéns minha linda flor por ter inspirações que vai no fundo de nossas almas! Com muito carinho, Syrlei
Kleber - 27.08.2012 | 11:05
Muito profundo, real e imaginário. Se profundo está no mais íntimo do Ser. Se real está no presente do nosso pensamento. Se imaginário está na Alma.