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Dormir bem é fundamental para o bom humor feminino

Estudiosos e pesquisadores da Universidade de Duke, na Carolina do Norte (EUA), estudaram os hábitos de sono de 210 pessoas e descobriram que as mulheres que não dormem o suficiente ficam mais hostis e zangadas de manhã, em comparação com os homens que passam o mesmo tempo na cama. A explicação pode ser simples: a diferença hormonal entre homens e mulheres faz com que elas precisem de mais tempo de sono que eles. Para as mulheres, dormir mal é associado a um alto nível de aflição, grande sentimento de hostilidade, depressão e raiva. Nos homens, isso geralmente não acontece. Os estudos também mostram que as mulheres são mais propensas a desenvolver doenças cardíacas, depressão e problemas psicológicos que os homens quando não dormem bem durante um período longo da vida.
As mulheres muitas vezes precisam dividir suas tarefas entre os compromissos profissionais, pessoais e familiares e é comum que muitas delas sofram com dificuldades para ter uma boa noite de sono. Escuto com frequência, em meu consultório, relatos femininos sobre a insônia, ainda mais quando há algo que perturbe a mulher emocionalmente e que necessite de uma solução. Para se ter uma noite tranquila de sono, o ideal é seguir as recomendações abaixo:

Dicas para higienização do sono:

  1. Tente dormir em horários regulares todos os dias.
  2. Treine seu cérebro evitando os cochilos.
  3. É importante vincular a cama apenas ao ato de relaxamento e dormir. Nada de ler, estudar ou falar ao celular na cama.
  4. Evite discussões e agitação psicomotora perto e antes de deitar-se.
  5. Evite atividade mental excessiva próximo à hora de dormir. Se estiver preocupada na cama com o que tem para fazer, levante-se e anote uma lista e volte para a cama. Mas tente esvaziar a mente após a anotação.
  6. Reduza a quantidade de líquido ingerida antes de deitar-se.
  7. Não force seu cérebro a dormir, pois isso pode apenas aumentar a frustração.

Dormir bem é condição indispensável para o bom humor e, mais que isto, para o nosso bem viver. Cuidemos todas para que tenhamos um sono que nos favoreça a viver lindos sonhos!
Aliás, ser mulher é viver a alegria de ser sempre "sonhada" por quem ela vive a sonhar... dormindo e, fundamentalmente, acordada!!!

Por: Karina Simões Moura de Moura

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Microcefalia: pequeno cérebro... nenhum coração?

Culturalmente tem se falado que a figura do macho se vincula à proteção e segurança de sua prole, enquanto a figura da fêmea volta-se ao cuidado, notadamente, da espécie humana. A teoria evolucionista já fabricou inúmeros trabalhos nesse sentido. A antropologia faz uma análise dos papéis do homem e da mulher no tempo e, por seu turno, a psicologia contribui com sua leitura para a compreensão dos comportamentos humanos.

Existem estudos que pretendem uma maior compreensão sobre o término das relações conjugais diante do nascimento de um filho com deficiência. Parece ser inegável que o nível de estresse dos cuidadores sofre alteração conforme a ocorrência de uma situação de deficiência. Tornou-se visível que em situações de dificuldades o homem tende a esquivar-se da relação, diferentemente da mulher que tende a dar continuidade à conjugalidade. Lembra o filósofo Luiz Felipe Pondé, em recente comentário na TV Cultura, que em situação de prisão, por exemplo, as mulheres continuam a visitar seus companheiros fazendo filas de espera, e tal prática não acontece quando a mulher é a prisioneira e o companheiro não a visita, abandonando-a muitas vezes. Ou seja, Pondé nos lembra de que historicamente o gênero masculino teria uma dificuldade maior do que a mulher em lidar com a adversidade. Outros estudos evidenciam o abandono do lar pelo varão em situações de dificuldades, especificamente em caso de deficiência. Como se vê, a regra do abandono do lar por parte do homem que tem um filho deficiente parece estar se confirmando também com a microcefalia, de acordo com a reportagem recentemente exibida na TV mencionada. O que nos leva ao questionamento: por quê?

A dinâmica de um casal que tem um deficiente sofre profunda modificação. Os hábitos, os comportamentos e práticas passam a ter novos repertórios. A deficiência de um ente querido revela-nos certa fragilidade pela incapacidade resultante da própria limitação decorrente da anomalia. Embora necessite de maior estudo, levanto algumas hipóteses para uma compreensão do fenômeno: seria a exposição dessa fragilidade que leva o homem a abandonar o lar ou as privações de convívio social que tornam insuportável para o homem a sua permanência em seu casamento? Será que os homens sentem-se ameaçados ou trocados por sua esposa que dispensará mais tempo e dedicação ao seu filho? Sabe-se que o cuidar é papel presente no imaginário masculino diante de uma realidade cultural e, no dizer psicanalítico, uma busca de todo homem para o reencontro com sua mãe, teoricamente, cuidadora por excelência.

Em recentes pesquisas, aventou-se a possibilidade do contágio e contaminação do vírus da zica pelo sangue e saliva. Seria esta, também, uma hipótese para fundamentar o abandono masculino do lar, ou seja, estaria o homem com medo de sofrer algum prejuízo mental com a convivência com a mulher diante das poucas ou quase nenhuma informação sobre a matéria?

A discussão e o debate merecem maior atenção para que este fenômeno social possa ter seus danos minimizados. Com efeito, haverá grande sofrimento diante do que se escreve acerca do abandono no inconsciente das partes envolvidas. Para o deficiente, é muito grande a responsabilidade de sentir-se causador da separação. Para a genitora, além do desafio de criar sozinha seu filho, há o sentimento de impotência e culpa de não ser capaz de atender aos desejos de seu companheiro. Para o homem, a negação de seu dever “moral” e até social de não ter se responsabilizado pelo melhor desenvolvimento de seu filho deficiente e a falta de cumplicidade com sua companheira, a quem deixa todo o dever e compromisso com a atenção ao filho em comum.

A epidemia de microcefalia traz mais este fenômeno para o nosso meio. Mantendo-se esta estatística já validada em outros casos de deficiência, haveremos de ter um novo desafio: como evitar a ocorrência dessas separações ou como minimizar seus efeitos? Não seria o caso de se pensar em assistência psicológica gratuita na rede pública de saúde para todas as famílias em que há o registro de microcefalia decorrente do vírus da zica, e até de outros tipos de deficiências, independente de mosquitos em nossas vidas? Como garantir condições diferenciadas de assistência à mãe de deficientes, inclusive com relação à pensão alimentícia, para que uma melhor estrutura favoreça melhores condições de vida ao deficiente e à sua genitora que sozinha criará seu filho?

Ficam aqui os questionamentos como provocação ao debate. De minha parte, fica o estarrecimento diante do que um mosquito tem causado na vida de tantas pessoas mundialmente. Onde chegamos: agora, um mosquito além de definir o tamanho do cérebro, também estabelece a dimensão de um “coração”. Pelo que se vê o mosquito fez com que muita gente deixe de pensar e, o pior, deixe de amar.

Por: Karina Simões

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Texto Disponível em minha coluna UOL/mulher: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/mulher.htm

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Gravidez em tempo de vírus da zica

Não bastassem as incertezas de toda grávida quanto à saúde de seus bebês, que são comuns, a "epidemia" de microcefalia tem transformado a vida de milhares de mulheres numa angústia que parece só ter fim ao terem os filhos nascidos aos seus braços.
A ocorrência de inúmeros casos de má formação fetal transformou a vida de milhares de pessoas e de famílias. Tudo mudou. Desde a forma de se vestir, ao uso de produtos químicos, tipo de repelentes ao inseto, passando pela privação e evitação de frequentar determinados lugares públicos. Houve profunda modificação nos hábitos e comportamentos das gestantes. No consultório, tenho atendido a grávidas em estados de angústia elevada retroalimentados pelos desencontros de informações científicas e ainda a falta de conhecimento total diante do mal que bate à porta: o mosquito! O efeito psicológico disso tudo para essas mulheres e para os nascituros somente o tempo dirá. De fato, a situação de gravidez gera um sofrimento psíquico a qualquer gestante diante da real possibilidade de ser infectada pelo vírus da zica. Penso que quase a unanimidade das atuais gestantes no Brasil está atormentada pelo receio de serem infectadas. Este fato, por si só, é relevante e precisa de especial atenção das autoridades brasileiras e profissionais da saúde como um todo, uma vez que pesquisas científicas atestam que o estado psíquico da mãe gera direta interferência no feto. Cada vez mais são alarmantes os danos causados por um mosquito que veio para tirar o sossego dos brasileiros e modificar a dinâmica rotineira familiar.
Diante deste fato que aqui chamo atenção, sugiro que o sistema de saúde brasileiro possibilite a assistência psicológica por meios de atendimentos individuais e até mesmo de grupo a essas mães como forma de amenizar seus sofrimentos e evitar maiores danos aos seus bebês.
Num país onde tudo se tolera, estamos literalmente engasgados com um mosquito!

Por: Karina Simões

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Como dizer uma má notícia?

A importância do estado psicológico e equilíbrio emocional do paciente se tornou, hoje, fundamental para uma boa evolução de seu quadro clínico. Dessa forma, diversas faculdades aqui no Brasil, já começaram a treinar seus alunos e futuros médicos, com cursos e disciplinas que ajudem a como proceder diante de uma notícia de diagnóstico grave, o avanço de uma doença ou a impossibilidade de alcançar a cura.

Existe uma ferramenta que tem ajudado nas faculdades da área de saúde, chamado de protocolo SPIKES. Um protocolo simples e que tem tido sucesso em pesquisas acadêmicas, minimizando e suavizando o quadro clínico do paciente ao receber notícias ruins. O protocolo descreve seis passos de maneira didática para comunicar más notícias:


1º passo (Setting up): Preparando-se para o encontro;
2º passo (Perception): Percebendo o paciente;
3º passo (Invitation): Convidando para o diálogo;
4º passo (Knowledge): Transmitindo a informação;
5º passo (Emotions): Expressando emoções;
6º passo (Strategy and Summary): Resumindo e organizando estratégias.

Diante do momento que encontro-me vivenciando, refiro-me aqui ao estado de saúde do meu pai, comecei a estudar a esse respeito e procurar compreender como proceder nessas horas difíceis visto que poucas pessoas assumem a árdua tarefa de dar uma má notícia ao ente querido. Assim, eu compilei abaixo algumas dicas para esse momento delicado.

Como dar mensagens ruins:
1. Estar tranquilo e ter tempo disponível;
2. Oferecer a possibilidade de novos encontros para tirar as dúvidas;
3. Transmitir afeto, cuidado e companheirismo;
4. Respeitar preferências pessoais e culturais do paciente;
5. Evitar falso otimismo e excesso de desencorajamento;
6. Usar linguagem clara e simples, evitando termos técnicos;
7. Ouvir bem os pacientes e as preocupações dos familiares;
8. Dar informação de forma gradual;
9. Entender o que o paciente deseja e suporta saber naquele momento;
10. Compreender o silêncio e o calar do paciente. E se necessário, repetir quantas vezes forem necessárias as informações.

Respeitar o silêncio, num primeiro momento, é essencial, ao se adentrar o universo do paciente. Pois, o que é absorvido nesse momento, pode ser turbulento e confuso para ele. Por isso, se faz necessário repetir as informações várias vezes. É bom lembrar que, também, não é nada fácil para os médicos e a equipe de saúde, lidar com manejo de notícias ruins, apesar de vivenciarem diariamente situações afins. Muitas vezes, escuto dos próprios médicos que eles se sentem impotentes diante de certas situações.  Pois, quem tem esperança vive melhor, segundo pesquisas e relatos atuais. A fé é outro elemento essencial e fundamental para o ser humano sobreviver em equilíbrio.

A psiquiatra americana Elizabeth Kubler-Ross é uma estudiosa no assunto e segundo ela existem estágios pelos quais passamos após notícias graves, que pode nos ajudar a entender a inquietação que passamos:


1º estágio: Negação
2º estágio: Raiva
3º estágio: Barganha
4º estágio: Depressão
5º estágio: Aceitação

Mas, nem sempre é assim nessa sequência que acontece. Muitas vezes, o paciente poderá ficar refém do 1º estágio (negação) até o fim. Ou até mesmo preso à sensação e estágio de raiva ou depressão. Já dizia Oliver Holmes, no séc. XIX: “Cuidado para não retirar a esperança de outro ser humano”. E eu completo sempre: Pode ser a única coisa que resta a ele.

Por: Karina Simões @Psicronicidade

O que esperar quando se está esperando?

Domingo, véspera da cirurgia do meu pai. Encontro-me em espera.

O que podemos esperar quando se está esperando o tempo?  A espera pela espera apenas é angustiante e muitas vezes devastadora. Mas diante da situação que vivemos hoje com a saúde do meu pai, tenho aprendido lições sobre a espera e o tempo que têm me deixado um legado terno e sábio. Diante de um diagnóstico grave, como um câncer no estômago - o caso do meu pai - ficamos a princípio paralisados e chocados. Lembro-me que assim que recebi a notícia, estava sozinha sentada no meu carro e senti-me anestesiada. Nem as lágrimas conseguiram escoar. Após processar e assimilar a notícia, permiti-me chorar. Chorei e clamei a Deus. Mas confesso, em nenhum momento questionei-o: Por quê?

Desde o princípio, não procurei respostas, mesmo com muitas perguntas insistindo em me perturbar. Eu respondia para meu inconsciente: Acalmem-se, não me importo com vocês. Eu já tenho as respostas. Ter FÉ.

E a única pergunta que eu permiti vir ao meu encontro e ao encontro da consciência foi: Para que todos estão passando por isso? Mesmo sabendo que tudo aqui é uma passagem nossa no universo, eu deixei essa pergunta vir, para crescer na sabedoria do meu sofrer: O que temos a aprender com tudo isso?

Eu precisava de coragem, de força, firmeza e serenidade. Pois estava comigo a responsabilidade de contar a todos a notícia sobre o diagnóstico. Consegui! Aliviada parcialmente, pude ter um choro compartilhado. Recebemos nas redeis sociais: carinho, cumplicidade, correntes de orações e sementes de fé. Sou grata a cada um de vocês que, de alguma forma, vêm ajudando em nosso fortalecimento espiritual e emocional e nessa jornada de fé.

A minha caminhada contra o câncer está apenas começando. Mas, já consegui tirar lições. Aprendi ao ler Nietzsche sobre a temática viver: que quem tem uma razão de viver é capaz de suportar qualquer coisa. E eu tinha e tenho essa razão de viver. Portanto, posso suportar qualquer coisa. E ao perceber isso, o céu se abriu para mim e com um sorriso do tamanho do sol que brilhava, ressoando em meus ouvidos: devemos encontrar um motivo para nos levantar da cama todas as manhãs. O motivo é a fé na cura. E assim, me fortaleci da energia de DEUS e do poder do Universo para continuar conduzindo minha vida e da minha família para frente e com a certeza da cura.

Esperar com fé regada de esperança será sempre uma equação de vitória para a matemática da vida. Uma matemática sempre incerta aos nossos olhos, mas certa aos olhos de Deus. E compreender os propósitos divinos é o nosso grande desafio diário.

Aprendi que aceitação, fé e esperança são o que se espera quando se está esperando.

 

Por: Karina Simões

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