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O ano começou... Que seja bem-vindo 2017!

Todo começo de ano nos revela uma série de sentimentos que ficam em ebulição dentro de nós para serem novamente vividos: a esperança, mais amor, mais afeto, mais paciência, mais gentilezas, mais tolerância.... e assim as pessoas vão "prometendo" que este será um ano diferente.

Também não são diferentes as promessas nos relacionamentos quando se inicia o ano. Os casais renovam os votos e tendem a querer tentar melhorar a vida a dois. Mas essa melhora a dois tem mesmo que ser tentada pelos dois para que um não se sinta muito pesado levando o relacionamento "nas costas", conforme escuto, com frequência, no consultório.

O relacionamento feliz é aquele no qual enxergamos sob a ótica do outro, sem que haja uma negação de si mesmo. Ou seja, consegue-se enxergar com os "óculos" do parceiro, e pedir que o parceiro enxergue com os seus "óculos" também. Sem que nenhum dos dois negue a própria realidade e os valores pessoais de cada um. Essa "troca" de visão faz com que exercitemos o processo empático no relacionamento e ajuda o parceiro a se colocar no lugar do outro.

Aprender a enxergar e a ouvir como o outro vê e escuta é um bom começo para se construir a felicidade a dois! Sempre digo muito aos casais, em atendimento, e comparo a vida a dois a uma obra de arte. Porque a vida a dois requer um aprendizado diário, uma construção eterna enquanto juntos. É um demolir e reconstruir sempre!  É um restaurar e cuidar sempre! Ou seja, o viver a dois será sempre como uma arte, porque na arte cada um enxerga e sente de uma forma própria. A arte é a subjetividade de sentimentos. É como um quadro ou uma pintura que jamais acaba ou que terá uma finitude no olhar, isto é, cada um que olha para uma obra de arte enxerga um detalhe e tem uma visão própria. Assim são os relacionamentos, em cada momento vivido acrescenta-se uma cor ou um detalhe. Porque os sentimentos vividos podem ter cores quando se ama. O amor tem a cor que você sente que tem a dois. Pinte você a cor de seu relacionamento e viva a felicidade do colorido a dois!

Por: Karina Simões Moura de Moura
@Karinamourademoura

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Quanto da vida há na morte?

Entre tabus e certezas se vive. Vimos o Brasil chorar diante de uma tragédia que vitimou a equipe de futebol da Chapecoense. Foram dias de comoção nacional. O Brasil chorou, e choramos juntos. Eu pude ouvir muitos relatos de mães, pais, adolescentes e idosos que estranharam a emoção de seus parentes diante da tal tragédia. Muitos ainda se inquietaram com a comoção nacional e não entenderam tamanha ebulição emocional de tantos!! 
O luto não reconhecido é aquele que parece não ter legitimidade, como se a dor que permitisse o choro fosse exclusiva para casos de morte de pessoas com quem exista relação de vínculo e afeto. Entretanto, lágrimas não se sujeitam às regras de DNA e nem mesmo a qualquer lei. As lágrimas pertencem à sensibilidade de muitos, à solidariedade de tantos outros e a quem tem o coração regado a verdades sinceras. A sensibilidade nasce da verdade empática de se colocar no lugar do outro. Quantas mães se emocionaram ao ver o desespero das genitoras daqueles atletas? Esposas, filhos, parentes e amigos também! Quantos jovens derramaram seus prantos por sonharem ter a vida daqueles jogadores? Não há limite nem barreira que impeçam o coração de sangrar. Que bom que ainda é possível sofrer com a dor dos outros. Como é bom saber que a cegueira tão bem descrita por Platão ou Saramago não tornou insensível o coração de nosso povo. Ainda somos emoção! 
Que brava conquista!!! A recente equipe da Chapecoense nasceu para fazer campeão um país inteiro. Somos campeões na dor, em meio a um país que vive uma crise, paramos e sofremos juntos, porque temos solidariedade nas veias! Mas o que fica disso tudo, muito além de um testemunho de solidariedade, é a sempre renovada pedagogia da morte. Ela traz luzes à vida com suas afirmações e visitas inusitadas. A morte aprendeu a bater à porta também de quem menos se espera. E, por isso mesmo, nos faz refletir sobre o modo como vivemos e gastamos nossas energias. A morte talvez seja a incerteza mais contraditória de nossa existência, nos dando a maior de todas as certezas de que ela vai chegar! Mesmo sempre tão inesperada. 
No jogo da vida é preciso não esquecer que a "partida" não se encerra por aqui, justamente porque a presença não se mede em tempo. Sempre serão eternos aqueles que ficarem em saudade. 
Eis a minha homenagem à Chapecoense. Somos todos Chapecoenses! 

Texto disponível em minha coluna UOL:
http://vyaestelar.uol.com.br

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Perdoar é preciso e faz bem à saúde!

Em épocas de tantas facilidades e evoluções tecnológicas de comunicação, estranhamente, percebemos que muitas pessoas carregam as suas dores e travam uma luta interior, e com isso esvaziam as dores, muitas vezes, nas redes sociais. Isso vem se agravando, pois, pensamos erroneamente que as tecnologias iriam apenas aproximar as pessoas a fim de se criar laços mais fortes de união. Mas o que tem acontecido frequentemente, é que a tecnologia e as redes sociais têm afastado as pessoas que estariam a princípio, tão próximas. Por essa razão e outras, viver e conviver com tudo e com todos tem se tornado uma tarefa árdua, a qual precisa sim de um especialista para orientar como devemos nos conduzir nesses novos tempos.

As pessoas tem feito uso das redes sociais, por exemplo, como mecanismo de catarse, ou seja, de desabafo das raivas sentidas ou decepções e frustrações que passam com os outros. Pronto! Jogam tudo na “rede” no mundo virtual como uma forma de catarse psíquica. E parecem sentir supostamente um alívio ao postarem as mágoas, no entanto, o efeito positivo não dura tanto tempo. Logo todo sentimento não elaborado na mente da forma correta volta a consumir por dentro e corroer como pensamentos negativos obsessivos e recorrentes, trazendo consequências e prejuízos significativos aos pensamentos e aos comportamentos do indivíduo futuramente.

Por vezes, torna-se muito fácil magoar e ser magoado. O ato de perdoar é em si, acho que podemos chamar de divino, não por se conceder o perdão ao outro, mas sim por, prioritariamente, aliviar o fardo que a gente carrega no íntimo do nosso ser. Como consequência, a leveza se instala, a vida se torna mais bela e a saúde retoma o seu ponto de equilíbrio; enfim, tudo flui de forma harmoniosa. O seu coração? Ah! O seu coração bate suavemente e agradece. A energia ou sensação da emoção emanada retorna mais cedo ou mais tarde. É a lei do retorno da vida. A lei do “faça o bem que o resto vem”, e esta lei é implacável e imbatível. Portanto, o tempo urge. Pratiquemos a generosidade do ato de perdoar, relevar, minimizar as ações que hoje parecem ter um grande peso para que o amor possa florescer na sua plenitude. Pois o melhor caminho será sempre o do perdão.

Em meus atendimentos clínicos consigo observar que atualmente, encontramos muitas pessoas amarguradas e com sentimentos de rancor e raiva, fazendo com que muitas dessas pessoas adoeçam psiquicamente e fisicamente, pois assim somatizam as doenças. Saber trabalhar psiquicamente o ato de perdoar é um dos maiores sinais de maturidade e grandeza que o ser humano pode apresentar. Segundo as pesquisas, pessoas que perdoam, vivem mais e de forma mais saudável. A saúde nas esferas física, psíquica, espiritual e mental agradece, e a vida toma um novo rumo. A pessoa desperta, cresce internamente e se autoavalia de que aquilo que a machucou naquele contexto de vida, hoje já não faz mais sentido, ou não tem mais aquele “peso”. Ela não tem nada a ganhar ao carregar essa marca da ferida na lembrança dos seus vários corpos.  Ao contrário, a marca do perdão suplanta tudo e faz novo o amanhecer a cada dia.

Mas finalizo com Martin Luther King que nos disse: “Aquele que é incapaz de perdoar é incapaz de amar”. Pense nisso!

Por: Karina Simões Moura de Moura

@Karinamourademoura

Texto disponível em minha coluna UOL:
http://vyaestelar.uol.com.br/colunistas/posts/45/karina-simoes

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(In)sensatez em redes sociais?

Será que ando equivocada ou as pessoas estão exagerando nos seus posicionamentos e exibições em época de tantas mídias sociais? Até que ponto o outro tem o direito de publicar uma foto de alguém desconhecido, conhecido ou mesmo amigo sem a devida indagação para fins de autorização por parte do autor da imagem?
Sim: não é surpresa vermos, atualmente, pessoas publicando fotos de amigos sem, ao menos, solicitar a devida permissão. Você acha que estou exagerando no quesito “politicamente correto”? Não! Bom senso deve fazer parte sim da nossa vida cotidiana em todas as esferas, não só no contato com o vizinho ao cumprimentá-lo com um “Bom dia!”, mas, principalmente, nas mídias sociais, hoje uma nova forma de conhecer e interagir com pessoas, e com isso, requer regras de etiquetas e educação. Esse ato que parece inocente perpassa não somente por questões jurídicas, mas tem também uma forte influência de componentes psicológicos, acarretando consequências sérias para a vida pessoal, familiar, conjugal e profissional. Pois, muitas vezes, alguém que saiu na foto "não autorizada" pode ter se sentido mal ou não gostar de exposições, por exemplo. E com isso, levá-lo a um estado de ânimo rebaixado ou alterado e até conflitos conjugais. Há umas semanas, o país foi surpreendido com uma foto de um casal de aparência de classe de elite, sendo acompanhado por uma babá, devidamente uniformizada, que cuidava do filho do casal, trabalhando em pleno domingo. Afora as questões legais, que o rapaz da foto postou em forma de autodefesa, muito apropriadamente, pois ele tem o direito de ter uma empregada doméstica aos domingos, uma vez que esteja de acordo com a lei, mas o fato aqui que me chamou atenção foi a falta de privacidade a que estamos expostos hoje em dia. Acrescentando a isso, indago que direito tem alguém de fotografar uma família ou alguém que seja e postar nas mídias sociais? E em seguida sair julgando por aí. Esse fenômeno surgiu com o advento da TV, quando todos desejam ter um minuto de fama. No entanto, hoje este ato está se caracterizando uma invasão de privacidade. Mas agora, como diz Umberto Eco, o grande filólogo, “O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”. E, aqui questiono: que verdade? Cada um de nós carrega a sua verdade com a sua história de vida, com seus valores, conceitos que devem sim ser respeitados. Da mesma forma que somos uma sociedade em processo de aprendizagem de respeito à faixa de pedestre, à vaga de estacionamento para idoso, etc., devemos aprofundar essa prática e respeitar o direito do outro também nessa esfera. Pensemos nos possíveis ruídos e consequências antes de postar alguma foto ok?! Assim, regras de etiqueta e bom senso vale para a vida real e virtual também!!
Por: Karina Simões

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Não é um mero detalhe!

Na precisão de um risco com um lápis, a mulher contorna os olhos e define a sua boca. Muito além do que parece insignificante, o jeito de cuidar dos detalhes fala bem mais que a superficialidade. Fala do estado de alma, da boa vaidade de ser mais bonita para si e para os outros. Quem diria que um cuidado a mais fosse capaz de revelar bem mais que exterioridades. É possível perceber que, além de uma verdade externa, um detalhe revela traços de uma alma, principalmente, os da alma feminina. As mulheres compreendem bem o que digo. Quando estamos de bem com a vida, caprichamos no toque feminino que deixa marcas por onde passamos.

Preocupamo-nos em embelezar ou tornar mais bonitos os ambientes e lugares em que exercemos o nosso reinado, como nossas casas e os nossos diletos espaços. Um jarro que se muda de lugar, uma nova foto no porta-retrato, uma cadeira para cá ou uma mesa de canto para lá. Tudo é movimento; portanto, é reflexo de uma alma que vibra e sente-se viva com as mudanças de detalhes. O importante é a noção da necessidade de mudança nos pequenos detalhes do dia a dia.
As mulheres são, por excelência, detalhistas e sabem que na fineza de ações há um tesouro a torná-las grandes.

Uma simples carícia, discreta, nas mãos de quem ama, faz chegar ao coração da pessoa amada a força estrondosa de seu sentimento. É comum ver casais, mesmo em tom de brincadeiras, fazer gozação que diminui o seu companheiro ou companheira, e neste detalhe se revela um desencontro ou insatisfação no relacionamento. No detalhe do que parece jocoso, por vezes, se esconde o propósito de revidar o que outrora foi guardado como dor em seu coração.

Na clínica, frequentemente, recebo muitos casais que apresentam queixas a esse respeito e, por conseguinte, descrevo agora sobre o tema em questão.

Detalhes não são insignificantes. Pense que em dois ou três segundos a mais, num flerte, a mulher se vê reconhecida em sua beleza pela pessoa amada; ou em um elogio de poucas palavras, como: "você tá linda" ou "eu te amo". Assim, a mulher vira rainha de seu próprio mundo e realidade.

Cuidemos dos detalhes e passemos a julgá-los grandes, porque toda diferença do que é comum habita neles. Tomemos consciência de que o coração mede com réguas próprias e tudo tem peso, forma e significado exclusivos.

O amor é tecido do mais casual detalhe e é exatamente ali que se reproduz o afeto. Ah, quer saber? O maior de todos os detalhes atende pelo nome de gentileza. Simples assim! Um mero, ou melhor, um grande detalhe.
Porque é no detalhe que se encontra o essencial!!!

Feliz dia Internacional da Mulher!!!


Por: Karina Simões
Instagram: @karisimoes

Texto disponível em minha coluna : http://www2.uol.com.br/vyaestelar/mulher.htm

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