MATÉRIA VEICULADA COMIGO - KARINA SIMÕES
A população brasileira está vivendo mais e, neste mesmo compasso, o número de divórcios entre pessoas acima dos 50 anos, também, tem aumentado. Pelo menos é o que mostra o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demostrando que o número de divórcios, onde pelo menos um dos cônjuges tem mais de 50 anos, quase dobrou desde 1990.
Para se ter uma ideia, em 1980, a expectativa de vida do brasileiro era de 62,5 anos, para ambos os sexos. De 1980 à 2013, expectativa de vida no Brasil passou de 62,5 anos para 74,9 anos, um aumento de 12,4 anos. O sexo feminino teve um aumento maior (12,9 anos) na expectativa de vida do que os homens (11,7 anos).
As mudanças sociais e culturais ao longo destes anos tem forte influência na vida dos casais, que com maior expectativa de vida e inseridos em uma sociedade aberta ao divórcio, passaram a buscar a felicidade longe do parceiro e da relação que não andava feliz. Segundo o IBGE, a porcentagem de mulheres que se divorciaram acima dos 50 anos, foi de 10,4% em 1990, passando para 16,5% em 2010, entre os homens foi de 16,5%, em 1990, para 23,8% em 2010.
Em entrevista ao site Divórcio Aqui (www.divorcioaqui.com.br), especialista em processamento de documentos para divórcios online, a psicóloga cognitiva comportamental, Karina Simões, disse que “a sociedade anteriormente “massacrava” e condenava a pessoa divorciada, em especial a mulher, e hoje o divórcio é visto com maior aceitação pela sociedade. Com apoio social e até oferecendo condições de aceitação para uma restauração afetiva posterior com outro parceiro”.
Apesar das mudanças o desafio ainda é grande para quem pensa em sair de uma relação onde a família está constituída com filhos, netos e até bisnetos. No consultório, Karina Simões, costuma atender casais e famílias que relatam problemas recorrentes e em situações como a do divórcio, fatores emocionais, sociais e financeiros pesam na balança. “A dependência financeira de um dos cônjuges faz com seja uma das principais dificuldade dos casais em enfrentar términos”, disse ela.
Restabelecer os contatos com antigas amizades, fazer parte de grupos sociais e culturais podem melhorar a relação social de quem decide pelo divórcio. Para a psicóloga, o mais importante é a pessoa buscar atividades que sejam prazerosas e que possibilite o contato e a formação de novas amizades.
Mulher doente, divórcio à vista!
A tendência da mulher ao cuidado, faz com que ela seja o personagem principal na manutenção do casamento, dado que se confirma em um estudo realizado em Iowa State University, nos Estados Unidos, com casais acima dos 50 anos. Na pesquisa foi constatado que na relação onde a mulher sofreu uma doença grave, ocorreram 6% mais divórcio do que aquelas em que ela permaneceu em boa saúde. No caso oposto, risco de o casamento terminar em divórcio não aumentou, quando o homem apresentava doença grave.
É interessante observar, também, que o número de mulheres que se divorcia acima dos 50 anos é menos que o dos homens. O IBGE mostra que os pedidos de divórcio não consensuais entre os homens foi maior que o das mulheres, sendo 10.056 pedidos feitos pelos maridos e apenas 5.888 pelas esposas.
Karina Simões, esclareceu ao Divórcio Aqui, que “a mulher por ter uma condição emocional atrelada a ela sob o termômetro do “cuidar”, faz com que nessa idade, o desfazimento conjugal seja interpretado de diferentes formas comparado ao sexo masculino. Ou seja, o homem tende sempre a uma busca de reafirmação de sua masculinidade. A mulher, tende a busca de sua essência do cuidado e da maternagem, que transparece sempre o zelo e o cuidar pelo outro”, disse.
O caminho para a felicidade e longevidade da relação
Não há fórmulas para um casamento feliz e com longevidade. Mas na verdade, há sim alguns questionamentos individuais que Karina Simões trabalha na clínica com casais fazendo com que eles reflitam que o casamento feliz é medido entre a relação de cumplicidade verdadeira e o respeito mútuo entre o casal.
Para ela, compreender que o casamento não é estabelecido como uma disputa entre os parceiros é outra reflexão que se deve ter na caminhada a dois. “Pois, percebemos que muitos casais, estabelecem uma relação de rivalidade entre eles, ou seja, uma disputa muitas vezes de “poder”, e com isso começa a desconstrução dessa relação, que muitas vezes, culminando em um divórcio ou na infelicidade”, disse.
Fonte: https://www.divorcioaqui.com.br