Sempre cabe “algo” a mais dentro da bolsa de uma mulher: carteira, bloquinhos, canetas, notebook, Ipad, maquiagens, remedinhos, cremes, etc. Isto não é diferente com o coração da mulher que, também, tem sua identidade traçada na expressão dos valores mais sublimes como a capacidade de amar e ser terna, na capacidade profissional, no desejo de sempre ficar mais bela, de ser reconhecida, valorizada e ser recompensada em seus investimentos afetivos. Nela sempre há lugar para “algo” a mais, ou alguém, além dela. Estaria o coração da mulher retratado em sua bolsa? Brincadeiras à parte, não há como negar que a mulher traz consigo a imensa virtude de cuidar de tantas coisas ao mesmo tempo e ter seus afetos direcionados para tantos objetos como para a realização pessoal e familiar.
Na bagunça da bolsa ou da sua cabeça há uma organização incrível onde tudo se acha quando se precisa, bastando apenas revirar o que em seu interior guarda e logo se tem à mão do que se necessita. Mas talvez, em tempos atuais, muitas mulheres estejam renunciando ao charme desse adereço ou de sua capacidade multifuncional, própria de sua essência feminina, para tornarem-se iguais na hora dos desafios no mundo de conquistas, ou melhor, tornarem-se menores em seus tamanhos, abdicando de virtudes e capacidades que as fazem um ser diferente.
Não é possível ser igual quando se é diferente e se mostrar sem sentido viver um enfrentamento para se conquistar um lugar que não é seu e nem deve pretendê-lo. Homens e mulheres trazem na alma marcas que tendem ao encontro e, nesse aspecto, se valem de atributos diferentes. O charme feminino está na sua imensa capacidade de amar, que se faz com ternura, gentilezas e afetos. Isso em nada diminui a sua condição de ser e, antes de parecer uma negação ou afirmação de inferioridade, tem a força de pô-la num lugar privilegiado em toda relação, em todos os seus empreendimentos e investimentos afetivos ou intelectuais.
Receio as consequências do discurso beligerante, posto num cenário de “guerra dos sexos”. Essa guerra nega a própria verdade do sexo que, sendo diferente, se ajusta e não pretende o mesmo lugar. Nem mesmo na competitividade do mercado de trabalho, que muitas vezes, interfere com a sua cultura de disputa nos espaços mais reservados como a família, justifica-se tal debate. Nesse contexto, me parece danosa a comparação entre gêneros, porque a correlação com o sexo apenas reforça o sentimento de enfrentamento entre a figura masculina e a feminina. Assim, repito: não se trata de melhor ou pior, menor ou maior, entre homens e mulheres. Eles são diferentes e cada um tem seu espaço, e que não exclui ou diminui o espaço do outro.
É preciso pensar diferente. A mulher não quer o lugar do homem e o homem não deve se sentir invadido em seu espaço. A mulher quer o lugar dela sem abrir mão do seu ser feminino, independentemente de sua orientação afetiva sexual. E assim, não quer que lhe seja negado tal direito, e acima de tudo, não pode negar-se esse direito deixando de lado o seu ser mais belo: o ser atraente, amável, sedutora, competente... Ser mulher.
Na força no batom, presente em quase todas as bolsas femininas, há uma verdade também presente no coração de cada mulher: temos a verdade do amor!!!
Feliz dia internacional da mulher!
Por: Karina Simões
@Psicronicidade