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Quem sabe ouvir é mais habilidoso em suas escolhas

Hoje, a grande vilã das relações interpessoais e afetivas é a comunicação.

A difícil arte de ouvir o outro é o grande desafio nessa interação. Enfatizo, nossa principal dificuldade hoje, não é a de falar, é a de ouvir!

Ouvir pode ser um dom inato, mas também pode ser desenvolvido e aprendido com o passar do tempo, mesclando empenho e paciência.
Quem se propõe a aprender a ouvir, percebe que a vida, de repente, se abre como um leque de possibilidades, pois assim nos tornamos mais habilidosos para fazermos escolhas e decidir coisas que talvez, em outros momentos, não tivessem nem passado pela nossa cabeça. E assim desenvolvemos serenidade, paciência e assertividade.

Primeiro passo: aprenda a ouvir o som da própria voz

Silenciar é voltar-se para dentro, é aprender a ouvir o som da própria voz, como se fosse uma música que ressoasse no coração. É no silêncio que se aprende a habilidade de ouvir. Ouvir, liberta-nos!

A sociedade moderna nos impulsiona a agir, a fazer, a lutar a correr contra o relógio em nosso dia a dia. A ansiedade é estimulada por esse ritmo moderno. Isso nos aprisiona e nos impede de desenvolvermos o aprendizado da escuta. O silêncio sumiu de nossas vidas, e é no silêncio que habita a escuta. O ato de ouvir nos clama por silenciar, por agir com cautela e serenidade, pois nos tornamos menos reativos no silêncio. Assim, resultados gratificantes são gerados.

Quem escuta mal, tende a se tornar mais restrito, limitado e impaciente. O exercício de ouvir tem uma estreita relação com a alma e a sua essência; sendo um dos maiores dons e presentes que se pode receber do outro: ser ouvido!

Cinco dicas para aprender a ouvir com atenção:

1. Ouvir sem julgamentos;

2. Silenciar diariamente por alguns instantes;

3. Tentar ouvir sons da natureza;

4. Pratique respiração diafragmática para controlar a ansiedade;

5. Procure ajuda de um psicólogo para compreender-se, e só assim compreender o outro.

O mestre psicanalista e pedagogo Rubem Alves nos ensina: "É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir as palavras se meus ruídos interiores forem silenciados".

 

Texto disponível em minha coluna no UOL/Mulher site: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/saber_ouvir_escolher.htm

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Não aceitar separação pode trazer revolta e desespero

Todo fim de relacionamento, seja ele amoroso ou não, deixa conflitos e marcas para enfrentar nas futuras relações.
Recomeçar é um grande desafio e percebo isso em minha prática clínica diariamente.

Raiva, insegurança, carência, saudade, dor e desejo de vingança muitas vezes fazem parte do repertório vivido por quem passa pela revolução provocada pelo fim de um relacionamento.

O sofrimento, muitas vezes negado por muitos, se repercute nas relações posteriores, principalmente se não for bem compreendido e digerido.

Em meus atendimentos percebo que o processo de separação, quando não aceito, se divide em duas fases: a do protesto e a do desespero. De um lado, a reação de protesto, a pessoa abandonada tenta resgatar e recuperar o objeto de seu amor na tentativa de compreender o que fez de errado e o que poderia reacender o interesse do outro para um movimento de volta. Por outro, a reação de desespero quase sempre é tomada por momentos de fúria, mesmo que a relação tenha terminado de forma transparente e sincera.

Compreender de onde vem esses sentimentos que se apropriam nesse momento, é a chave principal para fechar ciclos afetivos e não repetir padrões de comportamentos em futuros relacionamentos.

Feridas fazem parte da vida de todos que se relacionam e um dia terminam um relacionamento. No entanto, é possível aprender a lidar com elas e se libertar da dor e de seus conflitos afetivos.

Na psicoterapia as pessoas têm a oportunidade de transformar dores que sangram em cicatrizes e histórias resolvidas.

Texto disponível em também em minha coluna no site: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/nao_aceito_o_fim_do_relacionamento.htm

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É amor ou conveniência?

Em determinado instante da vivência de um relacionamento, que passa por várias fases, é comum as pessoas se perguntarem: É isso mesmo que eu quero? Ficar nesse relacionamento é mesmo o melhor para mim?  Ter a coragem de investir numa relação que se desgastou, sempre é uma hipótese que o casal se utiliza, mas nem sempre gera o fruto esperado. Isso se dá por dois motivos: ou acabou o amor ou não conseguem por si só resolver as questões e mudar a dinâmica do relacionamento.

Já ouvimos muita gente dizer que tem medo de ir a um psicólogo porque acha que se for, tudo terminará em separação. Afinal, será isso mesmo? Bem, o que acontecerá numa terapia será o fortalecimento das pessoas envolvidas na relação para poderem, com autonomia, decidirem sobre o que é melhor. É um grande equívoco pensar que psicólogo separa casais; aliás, há muito mais casais que permanecem unidos do que aqueles que decidem se separar após uma terapia, pelo menos essa é a estatística de nossos consultórios. Mas separar, caso as partes decidam ser o melhor, não é igual a “fracasso”. Fracasso é viver a incongruência de viver o que não mais existe. Vitória é saber dar vida ao que ainda tem possibilidade ou saber sair inteiro de um casamento, apesar de tantas perdas.

Mas a pergunta que parece existir na cabeça de muitas pessoas que chegam à nossa clinica é: Será que ainda tem jeito? Será que eu amo meu cônjuge? Estou por amor ou conveniência. O maior de todos os inimigos, para se chegar a uma resposta correta, é o medo. As pessoas temem que o caminho do autoconhecimento leve a uma decisão de divórcio que implica perdas, julgamentos maledicentes em incertezas sobre o futuro, etc. Diante de um receio de o casamento ter um fim, mesmo estando insatisfeito com ele, fica uma revolta que compromete a felicidade de todos. É nesse momento que o casamento passa a ser algo automático, dando vez ao que se chama de “conveniência”. Tudo passa a se justificar no que não está na centralidade da relação, ou seja, o amor entre o homem e a mulher, e passa a ser periférico: os filhos, o patrimônio, o medo da solidão, etc. A partir disso, o casamento passa a ter uma sentença escravizante: “não está bom assim, mas tenho que suportar isto”. O resultado é que a parte de inconformação em quem vive essa “prisão” estará gerando o desconforto para quem a ela se submete que, por sua vez, não deixará tal situação sem relevância e passará a desprezar e diminuir seu parceiro, transformando o casamento num grande inferno astral.

Temos estudado esse fenômeno e, em breve, quem sabe, publicaremos um livro sobre o assunto… Ou seja, um dos cônjuges por não mais querer o casamento e nem ter a coragem de pedir a separação, simplesmente passa a tornar a vida do outro insuportável para que este outro tome a atitude de dizer: quero me separar. É dessa maneira que o cônjuge que promove esse assédio estará se livrando da responsabilidade de assumir uma decisão (interiormente tomada, mas não assumida publicamente) deixando que o outro decida, para assim não ser responsabilizado pela “sociedade” e “amigos” como o culpado pelo desfazimento da relação e nem mesmo passe a carregar uma “culpa” que atormentará nos instantes mais difíceis patrocinados pelas perdas que uma separação ocasiona.

O casamento, sob o aspecto unitivo e sagrado, é bem mais que uma convivência sob o mesmo teto. É espaço de amor que se alimenta no fluxo do ir e vir desse sentimento.  Saber diagnosticar se o que mantém uma relação é conveniência ou amor (vivido ou adormecido) é pergunta a ser direcionada ao coração, que merece todo cuidado e, dependendo da situação, favorecido sob o olhar científico de um profissional.

Por: Karina Simões e Fabiano Moura de Moura

*** Em breve nós estaremos ministrando o curso / workshop sobre relacionamentos
 *** Vagas Limitadas
@karisimoes @fabianomdemoura

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Casamentos duram menos do que antigamente?

Um grande desafio hoje na área dos relacionamentos afetivos, tanto para as mulheres como para os homens, é encontrar um equilíbrio ou uma fórmula que mostre o caminho da longevidade do relacionamento a dois.


Esse tem sido objeto de estudo na área da psicologia e do comportamento humano por percebermos uma crescente demanda em consultório por terapia de casal.

Antigamente, talvez na época de meus avós e bisavós, os casamentos tendiam a perdurar mais do que atualmente. Mas devemos compreender também que muitos valores socioculturais foram modificados. Esses passaram por transformações e novas regras conjugais vêm sendo estabelecidas pelos casais.

A evolução feminina no mercado de trabalho e os avanços da mulher em muitas áreas anteriormente ocupadas apenas por homens, assim como um modelo masculino que ainda não assimilou bem essa nova mulher, que foge do padrão e modelo de antigamente, são alguns fatores que têm contribuído para essa confusão de modelos e novas regras a fim de se ter um bom relacionamento.

Muitas relações que fracassam hoje também sofrem influência de uma transição de gerações, as quais tiveram um outro modelo de casamento para se espelharem: a mulher ficava em casa enquanto o homem saía para trabalhar. Muitos da geração atual tiveram esse modelo nas suas casas, e hoje sofrem ao conviver com um novo padrão das mulheres que têm atividades laborativas fora do lar.

Mas, se temos mesmo uma equação ou uma fórmula para mantermos uma boa relação a dois, essa será uma inquietação e questionamento constantes. Será uma indagação frequente em consultórios de terapia, e sempre um desafio para os que estudam o comportamento humano.

No entanto, claro que alguns fatores como sintonia entre o casal, valores parecidos, sonhos e metas em comum e compatibilidade emocional facilitam muito para que a relação do casal comece e perdure com mais sucesso.

Por: Karina Simões

Texto disponível também em minha coluna UOL/Mulher : http://www2.uol.com.br/vyaestelar/por_que_casamentos_duram_menos.htm

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Falência de relação amorosa é causada por diversos fatores

A satisfação no amor está na vivência da emoção experimentada e o amor pouco presta conta à razão.
Quando se ama, não há preocupação em saber de onde vem o amor, o que ele pretende, por que ele chegou e por que deve ficar. Simplesmente se sente.

Contudo, quando ele dá sinais de despedida, a emoção e os pensamentos mudam completamente. Nesse momento surgem milhões de teorias e explicações, por vezes baseadas na culpa, para se chegar à lógica do "desamor". Ora se atribui ao outro (a) a responsabilidade pelo fim do sentimento, ora a si própria por ter de algum modo contribuído para a falência da relação. É certo que o fim de um relacionamento amoroso terá sempre a influência de todas as partes envolvidas e nunca terá como causa um único fator.

Em meu consultório chegam constantemente situações de sofrimento onde a queixa maior é a transformação das relações amorosas que passam a ter uma dinâmica diferente daquela que um dia existiu. É comum ouvir expressões do tipo: "antes não era assim", "as coisas mudaram muito" ou "não sei o que está acontecendo".

Tudo isso leva as pessoas a desenvolverem hipóteses que vão do possível ao absurdo: "Será que ele (a) tem outra (o)?", "Será que não presto mais para ser amada (o)?", "Será que fiquei velha (o) demais para satisfazê-lo (a)?".

O fato é que tentar reduzir a uma simples equação matemática a história de um relacionamento amoroso, sem o entendimento dos muitos fatores que influenciam o amor, pode levar uma pessoa a comportamentos e emoções inadequadas; até extremistas e de muito sofrimento. Assim, vejo muitas pessoas reagirem de modo inconveniente diante de certos pensamentos (expostos acima em forma de perguntas) de que foram rejeitadas ou abandonadas.

O amor sofre interferência direta do tempo

O amor é fruto do desejo e esse sofre interferência direta do tempo. As pessoas mudam. Não mudam por que são boas ou ruins, mudam porque sofrem a influência de fatores endógenos (internos - suas crenças) e exógenos (externos - os acontecimentos), mudam por que mudam seus desejos e por isso nunca serão as mesmas.

Nesse contexto, o amor sempre virá com suas propostas de reedição. Crescer e envelhecer junto de quem se ama é muito mais que um sonho possível. Mas, quando existe o desencontro momentâneo desse propósito ou mesmo duradouro (o que também é possível), numa ou noutra situação, será necessário fazer um caminho de compreensão responsável para se ter a autonomia na decisão de como agir na busca da permanência do amor vivido ou na possibilidade de poder sair do relacionamento de um modo menos traumático e doído.

Reflexão:

- Como agir diante de um coração que reclama reciprocidade no amor?

- Até que ponto é possível ir ou aceitar em nome do amor?

- Até quando vale a pena tentar reeditar ou reinventar o amor?

- Ainda é possível esperar que as coisas mudem?

- O que pode e o que não pode mudar?

- O que devo fazer e o que não posso permitir?

Todas essas perguntas têm respostas e poderão ser conhecidas, mas não estarão escritas no singular, ao contrário, estarão grafadas na conjugação de sua complexidade e parte de uma única verdade: amar-se ... para ser possível amar a Deus e aos outros!


Texto disponível também em: http://www2.uol.com.br/vyaestelar

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