Divagações num vôo RJ - JPA (PARTE I)

 

Sexta feira, durante o voo de volta (RJ - JPA), diga-se de passagem... Morrendo de saudades do meu filhote e louca pra chegar e vê-lo... Uma linda jovem sentou-se ao meu lado e chorava sem cessar. Perguntei se ela precisava de alguma ajuda, e que às vezes, Deus coloca e usa pessoas que nem mesmo conhecemos ou temos afetividade, para nos ajudar como anjos. Completei: "- creia, anjos existem.... você acredita?"


"- Tive a oportunidade de reconhecer anjos em minhas vida. Pessoas a princípio, desconhecidas, que do nada, se aproximam da gente pra nos acolher. Creia, existem!"


Ela olhou para mim e respondeu: "- Segure minha mão e diga-me para eu continuar acreditando no amor e seguir em frente". E assim o fiz. Falei o que ela queria ouvir. Mas, falei porque de certa forma também acreditava no que ela me dizia. E disse assim: "- Nunca pergunte a Deus o porquê do seu sofrimento? Pergunte a Ele o para quê, ou seja, o que você tem a aprender com isso?"


Aprendi e aprendo dia a dia com meus pacientes no consultório e com a vida, é claro! Que o sofrimento é inerente à condição de viver. Mas, a nossa capacidade de suportar e de se reinventar diante dele é opcional, ou seja, pode-se modificar e evoluir. Depende de nós e de nossa capacidade de sermos resilientes.


Desenvolvi com o tempo, uma capacidade de me reinventar rapidamente. Sofro, passo por situações limites, por angústias e questionamentos existenciais.... Mas, logo meu corpo e minha mente reagem começando o processo da "positividade cognitiva". Assim, muitos me julgam de uma mulher autossuficiente, fria ou sem afetividade. A palavra autossuficiente, expliquei para minha nova amiga de voo, até que combina mesmo comigo (risos). Mas, sem afeto ou fria, discordo completamente. E completo afirmando que, quem me enxerga assim, é quem não está preparado para estar ao meu lado. Não está completo nem inteiro como eu. E precisa evoluir muito ainda! Nesse meio tempo.... conheci muitas pessoas assim.... Metades!


E nesse momento, aproveito para ajudá-la também a desmistificar a condição das relações românticas hollywoodianas. Explico que precisamos sim estar inteiros, completos e autossuficientes. Pois, só alguém completo e inteiro irá poder dar e receber o amor que existe entre dois seres maduros, e não metades!


Inteiros somos mais fortes. Quando somado a outro inteiro... Juntos somos melhores. Metades.... são menores!
Sejamos inteiros nas relações!

 

Por: Karina Simões


Data: domingo, 6 de novembro de 2011

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