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Como a mente feminina reage ao fim de uma relação afetiva?

Separar-se e romper vínculos afetivos é sempre doloroso. Em meio à dor, ódio e culpa, fica difícil entender e aceitar que a contribuição para o término do relacionamento é dos dois e não apenas de um dos cônjuges.

O caminho utilizado por muitos é o de acusar, assumindo um papel de vítima, colocando o outro como vilão ou então se culpar.
A psicóloga Maria Tereza Maldonado em seu livro Casamento, término e reconstrução, explica que são raros os casais que conseguem se separar de maneira civilizada e sem sentimentos violentos.

Quando isso ocorre, uma orientação psicológica poderia auxiliar no sentido de se efetivar uma separação com menos dor e sequelas.

A mulher e a separação:

Num casamento em decadência, muitas não se sentem preparadas para separar e se veem reféns de um presente acomodado e sem sentimentos de completude. Essa falta de preparo é devido a novos caminhos que terá de trilhar pela frente. Entre eles:

- solidão;
- cuidados para não repetir padrões anteriores em novas relações;
-  encarar futuramente um recasamento. 

O processo de desvinculação do outro é lento e gradual. Isso requer paciência e persistência. A recuperação acontece quando a mulher se entrega ao processo de individuação, ou seja, volta a se encontrar consigo mesma, resgatando quem ela é de verdade e onde ela se perdeu na relação.
Agressividade na separação é o primeiro mecanismo de defesa.

O psicanalista austríaco Igor Caruso (1914-1981) em seu livro A separação dos amantes, diz que a agressividade é o primeiro mecanismo de defesa acionado diante da separação, quando se faz a acusação: “Como você foi capaz de me abandonar?”.

Podemos afirmar que a separação funciona como uma eclosão da morte psíquica na vida dos seres humanos (I. Caruso).  A agressividade faz com que surja uma desvalorização do objeto perdido, ou seja, o cônjuge. Assim, vive-se uma morte em vida. O outro morre para ambos, mas continua vivo para o mundo e para as relações.

Compreender a dor da separação e aceitá-la pode ser o caminho mais verdadeiro para que a mulher volte a se encontrar e tenha a oportunidade de se reinventar num próximo envolvimento a dois.

Por: Karina Simões @Karisimoes

Texto disponível também em minha coluna UOL/Mulher site: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/mulher_fim_de_relacionamento.htm

Entenda os transtornos de ansiedade e saiba os sintomas

 

Percebo na minha prática clínica, uma demanda de mulheres à procura de ajuda devido a inúmeros transtornos de ansiedade.

A tripla jornada com as funções de mãe, esposa e da vida profissional faz com que a mulher ora consiga lidar com toda essa nova dinâmica, ora se perceba sem rédeas da situação, entrando em crise consigo, com a família e a sociedade. É sempre bom lembrar que os transtornos de ansiedade de uma forma geral são multicausais, assim uma soma de fatores agregados podem ou não desencadear o gatilho do início de um transtorno.

Assim, vejo a necessidade de alertar sobre alguns transtornos de ansiedade que acometem homens e mulheres.

Muitas mulheres têm sido vítimas sem compreender o que se passa com elas.

Transtornos de ansiedade:

1. Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

Tensão motora, tremores, inquietação, cefaleias, hiperatividade, falta de ar, sudorese excessiva, palpitações, sintomas gastrointestinais, estado de vigília, irritabilidade e sobressaltos.

2. Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)

Revivência dolorosa do evento através de sonhos ou de pensamentos, evitação persistente de coisas que lembrem o trauma, senso de responsabilidade comprometido, hiperexcitabilidade constante, sensação de vigilância, medos.

3. Transtorno de pânico (TP)

Sensação de intenso desconforto e temor, palpitações ou ritmo cardíaco acelerado, sudorese, tremores ou abalos, falta de ar, dor torácica, náusea, sensação de desmaio, sensação iminente de morte ou de que vai enlouquecer, formigamentos ou calafrios.

4. Fobia específica e fobia social

Fobia específica: medo de barata, de andar de avião, de dirigir, de altura, de elevador, etc.

Fobia social: As pessoas acometidas não saem de casa, não se envolvem socialmente, sofrem isoladas e com isso podem até desenvolver um mecanismo compensatório de estratégia, tendo um vício pelo contato virtual.

Surgimento de severa ansiedade quando a pessoa é exposta a uma situação ou objeto específico ou quando prevê essa exposição, devido a um medo existente e persistente.

5. Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)

Pensamentos obsessivos que produzem intensa ansiedade, levando a rituais compulsivos para alívio dos sintomas ansiosos: lavar as mãos "X" vezes para se sentir mais limpa; pensamentos obsessivos religiosos - rezar compulsivamente para se livrar de alta ansiedade, vinculando a reza à diminuição e alívio dos sintomas; ritual de checagem - contam e fazem checagem de coisas e situações vividas, tipo fechou ou não a porta ao sair, desligou ou não o gás antes de sair de casa, esqueceu ou não algo em casa ao sair...

Essas informações não substituem uma consulta com um profissional. São informações meramente educacionais e de alerta. Portanto, caso se identifique com alguma informação, procure ajuda.

 

Por: Karina Simões

 

@Karisimoes @Psicronicidade

karinasimoes.com.br

Disponível também em: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/entenda_os_transtornos_de_ansiedade.htm

 

Todas as perdas são necessárias

 

Diariamente, para onde quer que estejamos olhando, para fora ou para dentro de nós mesmos, estamos travando uma luta contra as perdas.

Perdemos pela morte, mas também perdemos pela vida, pois ao nascermos deixamos o conforto e o acolhimento do ventre materno e começamos a enxergar o mundo. Nesse instante, há perdas. Perdemos por abandonarmos e sermos abandonados, por mudarmos e deixarmos coisas e pessoas para trás seguindo, assim, o nosso e, provavelmente, um novo caminho.

As perdas fazem parte do nosso processo de viver, mas ninguém jamais estará inteiramente preparado para enfrentá-las. Por mais que saibamos que são essas perdas necessárias que nos fazem crescer, ainda assim, não estamos preparados. Pois, apenas perdendo, abandonando e desistindo, muitas vezes, é quando evoluímos. Tornando-se assim, o ser humano que você pode verdadeiramente ser.

Perdemos também quando abrimos mão de alguns dos nossos vínculos mais profundos com algumas pessoas. Uma dor imensurável da renúncia pelo bem e o amor maior ao outro. Um dia, chegaremos à compreensão, com dor ou sem dor, que as perdas fazem parte da nossa condição humana. Porque amar também pode fazer parte das perdas.

Preparar-se para as perdas parece já ser um processo doloroso. O lamentar é uma fase de adaptação ao perder. Mas, oriento: pensar nas perdas quando elas estão “batendo à nossa porta”, pode ser uma estratégia confortante à mente e ao coração de quem fica. E pode favorecer também acalentando e acolhendo a sua dor e o seu medo da renúncia que virá e já se faz presente por já se fazer perda!

Em uma canção do Pe. Fábio de Melo, chamada Contrários, encontrei versos que me ensinaram um pouco mais sobre as perdas:

“Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota algum motivo pra lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer”.

Lembre ao seu coração que pode haver um fim para muitas das coisas que amamos, mas também haverá um fim para a lamentação. Faz-se necessário perder para ganhar. Aprendi que perdas são necessárias para amarmos além!!!

Por: Karina Simões


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