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A sinceridade tem duas facetas

Atualmente, fala-se muito nas redes sociais sobre a sinceridade. Chuva de posts borbulha nas mídias em tempos de crise política nacional. A questão é que se a sinceridade for ministrada em dose única, ela poderá não ter o efeito colateral desejado; porém, se for empregada em megadoses, seus efeitos são devastadores causando uma série de transtornos, muitas vezes, tanto para quem expressa quanto para o interlocutor. Em tudo na vida, o bom senso deve ser a terapêutica utilizada. Deve-se considerar uma série de fatores a serem utilizados quando se deseja fazer uso da sinceridade de forma mais massiva. Toda cautela deve ser empregada quando do uso da sinceridade. Essa deve ser revestida de elementos variados de habilidades sociais que incluem: observar o local de exposição dessa “verdade”; a hora; quem está ao redor; averiguar se a outra pessoa está num momento psicológico favorável para ouvir e aceitar aquela declaração, o tom de voz, a escolha das palavras adequadas, etc. Tudo isso se faz necessário ponderar a fim de que a relação interpessoal não venha a sofrer descontinuidade, mas sim que essa revelação venha contribuir para que a amizade seja pautada em laço de afetividade e que, portanto, o clima de confiança se instale ou mesmo se alargue. Aí entra o clichê: quem gosta ou está preparado para ouvir a verdade? 
Sim: pois a sinceridade parece ser irmã gêmea da verdade. Nesse processo de ponderação entre a ocultação de uma realidade que urge não ser dita e a revelação súbita sem qualquer avaliação esmerada de todo o contexto que a permeia, a verdade grita pela necessidade de se fazer refletir e analisar cuidadosamente antes de aquela fala ser expressa. Pois, como diz o provérbio chinês: “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Em qualquer dessas três, os efeitos deletérios são incomensuráveis. Por essa razão, ficamos com a verdade do filósofo Confúcio: “Não sei como pode ser bom um homem a quem falta sinceridade”.

Por: Karina Simões Moura de Moura

Texto disponível também em minha coluna UOL/Mulher.

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Expectativa de vida faz dobrar divórcio acima dos 50 anos

MATÉRIA VEICULADA COMIGO - KARINA SIMÕES

A população brasileira está vivendo mais e, neste mesmo compasso, o número de divórcios entre pessoas acima dos 50 anos, também, tem aumentado. Pelo menos é o que mostra o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demostrando que o número de divórcios, onde pelo menos um dos cônjuges tem mais de 50 anos, quase dobrou desde 1990.
Para se ter uma ideia, em 1980, a expectativa de vida do brasileiro era de 62,5 anos, para ambos os sexos. De 1980 à 2013, expectativa de vida no Brasil passou de 62,5 anos para 74,9 anos, um aumento de 12,4 anos. O sexo feminino teve um aumento maior (12,9 anos) na expectativa de vida do que os homens (11,7 anos).
As mudanças sociais e culturais ao longo destes anos tem forte influência na vida dos casais, que com maior expectativa de vida e inseridos em uma sociedade aberta ao divórcio, passaram a buscar a felicidade longe do parceiro e da relação que não andava feliz. Segundo o IBGE, a porcentagem de mulheres que se divorciaram acima dos 50 anos, foi de 10,4% em 1990, passando para 16,5% em 2010, entre os homens foi de 16,5%, em 1990, para 23,8% em 2010.
Em entrevista ao site Divórcio Aqui (www.divorcioaqui.com.br), especialista em processamento de documentos para divórcios online, a psicóloga cognitiva comportamental, Karina Simões, disse que “a sociedade anteriormente “massacrava” e condenava a pessoa divorciada, em especial a mulher, e hoje o divórcio é visto com maior aceitação pela sociedade. Com apoio social e até oferecendo condições de aceitação para uma restauração afetiva posterior com outro parceiro”.
Apesar das mudanças o desafio ainda é grande para quem pensa em sair de uma relação onde a família está constituída com filhos, netos e até bisnetos. No consultório, Karina Simões, costuma atender casais e famílias que relatam problemas recorrentes e em situações como a do divórcio, fatores emocionais, sociais e financeiros pesam na balança. “A dependência financeira de um dos cônjuges faz com seja uma das principais dificuldade dos casais em enfrentar términos”, disse ela.
Restabelecer os contatos com antigas amizades, fazer parte de grupos sociais e culturais podem melhorar a relação social de quem decide pelo divórcio. Para a psicóloga, o mais importante é a pessoa buscar atividades que sejam prazerosas e que possibilite o contato e a formação de novas amizades.

Mulher doente, divórcio à vista!

A tendência da mulher ao cuidado, faz com que ela seja o personagem principal na manutenção do casamento, dado que se confirma em um estudo realizado em Iowa State University, nos Estados Unidos, com casais acima dos 50 anos. Na pesquisa foi constatado que na relação onde a mulher sofreu uma doença grave, ocorreram 6% mais divórcio do que aquelas em que ela permaneceu em boa saúde. No caso oposto, risco de o casamento terminar em divórcio não aumentou, quando o homem apresentava doença grave.
É interessante observar, também, que o número de mulheres que se divorcia acima dos 50 anos é menos que o dos homens. O IBGE mostra que os pedidos de divórcio não consensuais entre os homens foi maior que o das mulheres, sendo 10.056 pedidos feitos pelos maridos e apenas 5.888 pelas esposas.
Karina Simões, esclareceu ao Divórcio Aqui, que “a mulher por ter uma condição emocional atrelada a ela sob o termômetro do “cuidar”, faz com que nessa idade, o desfazimento conjugal seja interpretado de diferentes formas comparado ao sexo masculino. Ou seja, o homem tende sempre a uma busca de reafirmação de sua masculinidade. A mulher, tende a busca de sua essência do cuidado e da maternagem, que transparece sempre o zelo e o cuidar pelo outro”, disse.

O caminho para a felicidade e longevidade da relação

Não há fórmulas para um casamento feliz e com longevidade. Mas na verdade, há sim alguns questionamentos individuais que Karina Simões trabalha na clínica com casais fazendo com que eles reflitam que o casamento feliz é medido entre a relação de cumplicidade verdadeira e o respeito mútuo entre o casal.
Para ela, compreender que o casamento não é estabelecido como uma disputa entre os parceiros é outra reflexão que se deve ter na caminhada a dois. “Pois, percebemos que muitos casais, estabelecem uma relação de rivalidade entre eles, ou seja, uma disputa muitas vezes de “poder”, e com isso começa a desconstrução dessa relação, que muitas vezes, culminando em um divórcio ou na infelicidade”, disse.

Fonte: https://www.divorcioaqui.com.br

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Casamentos duram menos do que antigamente?

Um grande desafio hoje na área dos relacionamentos afetivos, tanto para as mulheres como para os homens, é encontrar um equilíbrio ou uma fórmula que mostre o caminho da longevidade do relacionamento a dois.


Esse tem sido objeto de estudo na área da psicologia e do comportamento humano por percebermos uma crescente demanda em consultório por terapia de casal.

Antigamente, talvez na época de meus avós e bisavós, os casamentos tendiam a perdurar mais do que atualmente. Mas devemos compreender também que muitos valores socioculturais foram modificados. Esses passaram por transformações e novas regras conjugais vêm sendo estabelecidas pelos casais.

A evolução feminina no mercado de trabalho e os avanços da mulher em muitas áreas anteriormente ocupadas apenas por homens, assim como um modelo masculino que ainda não assimilou bem essa nova mulher, que foge do padrão e modelo de antigamente, são alguns fatores que têm contribuído para essa confusão de modelos e novas regras a fim de se ter um bom relacionamento.

Muitas relações que fracassam hoje também sofrem influência de uma transição de gerações, as quais tiveram um outro modelo de casamento para se espelharem: a mulher ficava em casa enquanto o homem saía para trabalhar. Muitos da geração atual tiveram esse modelo nas suas casas, e hoje sofrem ao conviver com um novo padrão das mulheres que têm atividades laborativas fora do lar.

Mas, se temos mesmo uma equação ou uma fórmula para mantermos uma boa relação a dois, essa será uma inquietação e questionamento constantes. Será uma indagação frequente em consultórios de terapia, e sempre um desafio para os que estudam o comportamento humano.

No entanto, claro que alguns fatores como sintonia entre o casal, valores parecidos, sonhos e metas em comum e compatibilidade emocional facilitam muito para que a relação do casal comece e perdure com mais sucesso.

Por: Karina Simões

Texto disponível também em minha coluna UOL/Mulher : http://www2.uol.com.br/vyaestelar/por_que_casamentos_duram_menos.htm

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Falência de relação amorosa é causada por diversos fatores

A satisfação no amor está na vivência da emoção experimentada e o amor pouco presta conta à razão.
Quando se ama, não há preocupação em saber de onde vem o amor, o que ele pretende, por que ele chegou e por que deve ficar. Simplesmente se sente.

Contudo, quando ele dá sinais de despedida, a emoção e os pensamentos mudam completamente. Nesse momento surgem milhões de teorias e explicações, por vezes baseadas na culpa, para se chegar à lógica do "desamor". Ora se atribui ao outro (a) a responsabilidade pelo fim do sentimento, ora a si própria por ter de algum modo contribuído para a falência da relação. É certo que o fim de um relacionamento amoroso terá sempre a influência de todas as partes envolvidas e nunca terá como causa um único fator.

Em meu consultório chegam constantemente situações de sofrimento onde a queixa maior é a transformação das relações amorosas que passam a ter uma dinâmica diferente daquela que um dia existiu. É comum ouvir expressões do tipo: "antes não era assim", "as coisas mudaram muito" ou "não sei o que está acontecendo".

Tudo isso leva as pessoas a desenvolverem hipóteses que vão do possível ao absurdo: "Será que ele (a) tem outra (o)?", "Será que não presto mais para ser amada (o)?", "Será que fiquei velha (o) demais para satisfazê-lo (a)?".

O fato é que tentar reduzir a uma simples equação matemática a história de um relacionamento amoroso, sem o entendimento dos muitos fatores que influenciam o amor, pode levar uma pessoa a comportamentos e emoções inadequadas; até extremistas e de muito sofrimento. Assim, vejo muitas pessoas reagirem de modo inconveniente diante de certos pensamentos (expostos acima em forma de perguntas) de que foram rejeitadas ou abandonadas.

O amor sofre interferência direta do tempo

O amor é fruto do desejo e esse sofre interferência direta do tempo. As pessoas mudam. Não mudam por que são boas ou ruins, mudam porque sofrem a influência de fatores endógenos (internos - suas crenças) e exógenos (externos - os acontecimentos), mudam por que mudam seus desejos e por isso nunca serão as mesmas.

Nesse contexto, o amor sempre virá com suas propostas de reedição. Crescer e envelhecer junto de quem se ama é muito mais que um sonho possível. Mas, quando existe o desencontro momentâneo desse propósito ou mesmo duradouro (o que também é possível), numa ou noutra situação, será necessário fazer um caminho de compreensão responsável para se ter a autonomia na decisão de como agir na busca da permanência do amor vivido ou na possibilidade de poder sair do relacionamento de um modo menos traumático e doído.

Reflexão:

- Como agir diante de um coração que reclama reciprocidade no amor?

- Até que ponto é possível ir ou aceitar em nome do amor?

- Até quando vale a pena tentar reeditar ou reinventar o amor?

- Ainda é possível esperar que as coisas mudem?

- O que pode e o que não pode mudar?

- O que devo fazer e o que não posso permitir?

Todas essas perguntas têm respostas e poderão ser conhecidas, mas não estarão escritas no singular, ao contrário, estarão grafadas na conjugação de sua complexidade e parte de uma única verdade: amar-se ... para ser possível amar a Deus e aos outros!


Texto disponível também em: http://www2.uol.com.br/vyaestelar

Homens e mulheres tendem a reagir de modo diferente ao assédio moral


Uma crescente queixa de mulheres na minha prática clínica me fez parar e pensar em escrever sobre assédio moral.

A humilhação, seja no ambiente de trabalho ou em qualquer ambiente, pode provocar traumas e problemas de saúde que explico mais abaixo no texto. Essa humilhação frequente pode-se chamar de assédio moral.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê um aumento das doenças ligadas às formas de gestão e organização do trabalho, que nas próximas décadas irão dar corpo a novas doenças profissionais, ou seja, doenças psicológicas.


Segundo Hirigoyen o assédio moral “é como um assassinato psíquico, um processo contínuo de agressões que destrói lentamente a dignidade do sujeito”. Assim, entendemos como uma forma de coação social, que pode vir a se instalar em qualquer tipo de hierarquia e é também conhecida como “terror psicológico”.


Cinco critérios que caracterizam o assédio moral:


1. Dano à dignidade e à produtividade do trabalhador;
2. Padrão repetitivo dos comportamentos degradantes;
3. O agressor apresenta intencionalidade nos seus atos;
4. A conduta é abusiva e se manifesta através de comportamentos intimidativos;
5. Os atos são premeditados por parte do agressor.


Na prática clínica percebemos claramente os prejuízos físicos e psicológicos que o assédio moral pode causar tais como:


Distúrbios cardíacos e endócrinos, alteração no sono, sudorese, problemas gástricos, dor muscular, diabetes, perda de memória, depressão, ansiedade elevada, estresse, dependência química, tentativas de suicídio, alcoolismo, síndrome de burnout, paranoia, entre outros.


Uma pesquisa conduzida pela médica do trabalho Margarida Barreto (PUC – SP/2005) afirma que: "O impacto sobre as relações sociais e afetivas das vítimas de assédio moral – 82,5% delas apresentam problemas de memória, 67% têm baixa autoestima e 60% desenvolvem depressão. Ela entrevistou 42 mil trabalhadores do setor público, de empresas privadas e de organizações não governamentais”.


Mulheres e homens tendem a reagir ao assédio moral de forma diferente


Mulheres:


- Expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas;
- Sentimento de inutilidade, fracasso e baixa autoestima, tremores e palpitações são constantes;
- Insônia, depressão e diminuição da libido também são manifestações características desse trauma.


Homens:


- Sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de vingar-se;
- Ideias de suicídio e tendências ao alcoolismo;
- Sentem-se envergonhados diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa autoestima.


O importante é ficarmos alertas sobre os graves prejuízos que o assédio moral pode causar. Como nos ensina a psiquiatra e psicanalista francesa Marie France Hirigoyen: nessas agressões, morre-se lentamente deixando um pedaço de si mesmo.



Por: Karina Simões
@Psicronicidade @Karisimoes
Disponível também em: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/mulher.htm
 

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