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Aceitação ou mudança é a saída para qualquer crise na vida

Mudanças e dúvidas sempre batem à nossa porta. E muitas vezes perturbam o equilíbrio e até nosso discernimento.
Quando se percebe mudanças a caminho, é preciso estar aberta para enxergá-las e aceitá-las. 

Mudar não é tarefa fácil. E permanecer onde está nos deixa inconscientemente na cômoda zona de conforto. Afinal, somos seres feitos de hábitos, como nos ensinou o psicoterapeuta Barry Michels.

Em meu consultório, costumo orientar que sempre há duas saídas básicas para as crises, sejam existenciais ou não: mudança ou aceitação. Se pensarmos, boa parte de nossas decisões no dia a dia nos coloca nessa encruzilhada: aceitação x mudança.

Mudança

É possível efetivá-la quando vislumbramos a esperança de algo novo, mesmo vinda acompanhada pelo medo do desconhecido. Porém, há a magia e o encantamento do renascimento de um novo dia e de uma nova espera. Mudanças geram resistência e o novo gera insegurança.

Mudanças nos transportam ao autocrescimento, como disse a sábia poetisa e contista Cora Carolina (1889-1985): “... se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves da alma”.

Aceitação

Muitas vezes é necessário generosidade e compreensão - inclusive consigo mesma para não sofrer - para poder acolher o outro e aceitar uma situação, na qual a mudança não depende apenas de nós, mas também de uma atitude do outro.

Está muito difícil mudar? Dê um pequeno passo de cada vez.

Pequenos voos nos dão asas e coragem para podermos alçar grandes voos.

O medo nos aprisiona e não nos permite mudar. A coragem e a esperança do novo nos conduzem a uma mobilização pela mudança.

O desconforto e a insegurança fazem parte do processo de viver. A vida e o movimento nem sempre oferecem uma zona de conforto. Portanto, é bom lembrarmo-nos do que o grande filósofo Heráclito (aprox 535 a.C. - 475 a.C.) já nos antecipava com os seus ensinamentos: “Nada é permanente, exceto a mudança”.

 

Disponível em minha coluna: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/mulher_coragem_esperanca.htm

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Quem sabe ouvir é mais habilidoso em suas escolhas

Hoje, a grande vilã das relações interpessoais e afetivas é a comunicação.

A difícil arte de ouvir o outro é o grande desafio nessa interação. Enfatizo, nossa principal dificuldade hoje, não é a de falar, é a de ouvir!

Ouvir pode ser um dom inato, mas também pode ser desenvolvido e aprendido com o passar do tempo, mesclando empenho e paciência.
Quem se propõe a aprender a ouvir, percebe que a vida, de repente, se abre como um leque de possibilidades, pois assim nos tornamos mais habilidosos para fazermos escolhas e decidir coisas que talvez, em outros momentos, não tivessem nem passado pela nossa cabeça. E assim desenvolvemos serenidade, paciência e assertividade.

Primeiro passo: aprenda a ouvir o som da própria voz

Silenciar é voltar-se para dentro, é aprender a ouvir o som da própria voz, como se fosse uma música que ressoasse no coração. É no silêncio que se aprende a habilidade de ouvir. Ouvir, liberta-nos!

A sociedade moderna nos impulsiona a agir, a fazer, a lutar a correr contra o relógio em nosso dia a dia. A ansiedade é estimulada por esse ritmo moderno. Isso nos aprisiona e nos impede de desenvolvermos o aprendizado da escuta. O silêncio sumiu de nossas vidas, e é no silêncio que habita a escuta. O ato de ouvir nos clama por silenciar, por agir com cautela e serenidade, pois nos tornamos menos reativos no silêncio. Assim, resultados gratificantes são gerados.

Quem escuta mal, tende a se tornar mais restrito, limitado e impaciente. O exercício de ouvir tem uma estreita relação com a alma e a sua essência; sendo um dos maiores dons e presentes que se pode receber do outro: ser ouvido!

Cinco dicas para aprender a ouvir com atenção:

1. Ouvir sem julgamentos;

2. Silenciar diariamente por alguns instantes;

3. Tentar ouvir sons da natureza;

4. Pratique respiração diafragmática para controlar a ansiedade;

5. Procure ajuda de um psicólogo para compreender-se, e só assim compreender o outro.

O mestre psicanalista e pedagogo Rubem Alves nos ensina: "É do silêncio que nasce o ouvir. Só posso ouvir as palavras se meus ruídos interiores forem silenciados".

 

Texto disponível em minha coluna no UOL/Mulher site: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/saber_ouvir_escolher.htm

Mulheres merecem ser violentadas por causa de suas vestimentas?

 

 

Recentemente li uma matéria sobre uma pesquisa que diz que para 58,5% das pessoas entrevistadas, o comportamento feminino influencia na prática do estupro. Não tenho o objetivo de negar ou confirmar as verdades contidas na conclusão desta pesquisa, no entanto, arrisco-me a falar diante de meus conhecimentos práticos e vivenciados na clínica, atendendo há mais de uma década, e dos meus conhecimentos teóricos (objetos de meu estudo).

As pessoas vítimas de um estupro apresentam em meu consultório profunda dor psíquica e física. E  podem, em determinado momento, apresentar a culpa como tentativa de justificar a violência sofrida. Tentam ser responsabilizadas para poder compreender o que para ela é desnorteante. Isto se apresenta bastante sofrível e cabe ao profissional psicólogo ajudar ao seu paciente a buscar a via da verdade que a leve a uma reconstrução interior de modo a ter uma vida sem um comprometimento ainda maior.

A prática do estupro é uma violência provocada por alguém que, movido por seus impulsos e representações, compele outra pessoa a prática de atos sexuais contrários à vontade desta. O que faz, em determinado instante, uma pessoa romper com as regras morais para a prática do ato são inúmeros fatores que podem ir desde os aspectos biológicos (questões hormonais), passando por histórico de vida (traumas), educacionais (formação) e até culturais (estereótipos do macho e da fêmea).

Atualmente, o apelo à sexualidade é gritante. A provocação ao desejo sexual tem feito parte do nosso dia a dia. Em tudo e a todo instante. E para se confirmar, isto é, só basta ligarmos a televisão, sairmos às ruas vendo os outdoors, abrir uma revista ou ver as redes sociais, como por exemplo, o instagram, etc. Contudo, é preciso observar também que não é a nudez feminina ou masculina que provoca uma excitação apenas. Já ouvi muitos relatos de idosos que afirmavam que em décadas passadas havia uma excitação em apenas ver o joelho de uma mulher e que a nudez dos dias atuais banalizou o que se tinha como idealização do nu que muito servia de estímulo sexual. E o que dizer das mulheres que usam a burca, vestimenta da cultura islâmica onde se cobre todo o corpo e muitas vezes até os olhos? Será que não há estupro nessa região? Será que tais mulheres não podem representar sensualidade e excitabilidade para o sexo oposto?

Enfim, não é crível que um comportamento, como o estupro, que rompe com conceitos éticos e morais e que tem um fundamento tão complexo, fruto da conjugação de inúmeros fatores, possa ter na nudez feminina uma explicação tão simplória. Respeito à opinião de quem pensa diferente, mas para mim, que compreendo as situações à luz das verdades científicas, tudo não passa de "pitacos" ou ideias distorcidas sem maior fundamento.


Por: Karina Simões @Karisimoes 

Entre o partir e o ficar...

 

Pesquisas mostram que a mulher tem maior capacidade de resiliência que os homens. Isso significa que elas são capazes de se reorganizarem com mais facilidade do que eles diante de uma situação que gere desestruturação, como perda de pessoas por ela amada.  A alma feminina, com característica mais introspectiva que a masculina, consegue responder em menor tempo a uma reestruturação de suas emoções, pensamentos e comportamentos. 

Estudos e alguns teóricos sobre o assunto, tal como Silvia Koller, mostram que crianças órfãs que foram abrigadas tiveram atitudes diferentes. Enquanto as crianças do sexo masculino apresentaram maior agressividade, por maior tempo, as do sexo feminino mostraram-se mais comedidas. Sem que isso evidencie estado mais saudável, as meninas em menor tempo conseguiram voltar às suas atividades cotidianas e manifestaram comportamentos que apontam para uma aceitação do evento traumático. 

Não penso que isso possa ser analisado sobre um prisma de superioridade ou de ser ou não um processo que indique um grau mais avançado de evolução do sexo feminino, mas uma hipótese para justificar tal fato pode estar na oportunidade que um e outro sexo dá à racionalidade. Com efeito, o homem parece menos saber desistir do que não se pode mais reaver, enquanto a mulher, embora sendo mais intensa em sua radicalidade de amar, aprendeu mais a consumir sua energia no campo do real e não do desejável impossível. 

Lembrar-se de nossa condição feminina, aquela que sabe otimizar toda sua energia para o que se faz possível, é sabedoria pura. Se uns se vangloriam da força que os mantém firmes na luta e por isso trazem como lema "desistir jamais", outras guardam a sabedoria de lutar enquanto for possível alcançar. Do contrário, melhor intentar novos desafios. Neste caso, desistir não é fracassar, mas ser sábia. Significado que o dicionário escrito com esmalte e batom sabe tão bem traduzir. Amar enquanto for possível. Amar o novo quando o velho só existir na vontade e na fantasia de quem precisa aprender que tudo muda e tudo precisa mudar, principalmente nós mulheres.

Quando se ama, a conta que interessa para nós pode ser feita assim: perde-se a razão e vive-se perdido... de amor! Amando nunca se perde! 

 

Por: Karina Simões

@Karisimoes

 

 

 

Você tem medo da solidão?

 

Por que a solidão causa tanto medo às pessoas? Será receio de poder viver o mais assustador de todos os encontros, quero dizer, encontrar-se consigo?

É na solidão onde podemos visitar tantos castelos construídos em nós e que foram habitados por sonhos, fantasias, desejos e depois abandonados para se fazerem moradas de tantos fantasmas que moram em nós. Solidão é o caminho que nos leva e nos coloca diante de verdades tão reveladoras que nos remetem a um receio de perder a segurança que temos em nós mesmos. O medo desse contato íntimo interior faz com que muitas pessoas se tornem ainda mais inseguras.

Não estamos falando em solidão que se apresenta como resultado de abandonos e despedidas daquele tipo em que o coração vai junto de quem nos abandonou ou deixou e nós ficamos sós com a matéria. Estamos nos referindo àquela solidão em que, mesmo em meio à multidão, conseguimos abstrair tudo para ter o olhar mais profundo e único sobre nossa alma. Reportamo-nos à solidão que independe de números. Daquela que se faz possível em meio a uma multidão, ou como disse Nelson Rodrigues, a mais benfazeja de todas, "a solidão a dois".

Cremos que a solidão é o endereço do encontro e o lugar onde as aparências não alcançam. Espaço em que podemos tocar as verdades mais profundas e enxergá-las florescer em autoafirmações de sentimentos que nos revelam e nos mostram intensamente nossa alma e quem somos.

É preciso não confundir solidão com o vazio que, muitas vezes, é entendido como ausência, como falta, hiato e distância que separa. Solidão é convite ao conhecimento e, portanto, oportunidade de profundas descobertas e revelações. É a partir do coração solitário que a vida se desenha em cores de desejo e se faz disponível ao encontro consigo e com o outro. É feliz quem sabe viver a conjugação do verbo amar na solidão do amar-se... sempre presente!!!

 

Por: Karina Simões

Instagram: @Karisimoes

 

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