Todas as perdas são necessárias

 

Diariamente, para onde quer que estejamos olhando, para fora ou para dentro de nós mesmos, estamos travando uma luta contra as perdas.

Perdemos pela morte, mas também perdemos pela vida, pois ao nascermos deixamos o conforto e o acolhimento do ventre materno e começamos a enxergar o mundo. Nesse instante, há perdas. Perdemos por abandonarmos e sermos abandonados, por mudarmos e deixarmos coisas e pessoas para trás seguindo, assim, o nosso e, provavelmente, um novo caminho.

As perdas fazem parte do nosso processo de viver, mas ninguém jamais estará inteiramente preparado para enfrentá-las. Por mais que saibamos que são essas perdas necessárias que nos fazem crescer, ainda assim, não estamos preparados. Pois, apenas perdendo, abandonando e desistindo, muitas vezes, é quando evoluímos. Tornando-se assim, o ser humano que você pode verdadeiramente ser.

Perdemos também quando abrimos mão de alguns dos nossos vínculos mais profundos com algumas pessoas. Uma dor imensurável da renúncia pelo bem e o amor maior ao outro. Um dia, chegaremos à compreensão, com dor ou sem dor, que as perdas fazem parte da nossa condição humana. Porque amar também pode fazer parte das perdas.

Preparar-se para as perdas parece já ser um processo doloroso. O lamentar é uma fase de adaptação ao perder. Mas, oriento: pensar nas perdas quando elas estão “batendo à nossa porta”, pode ser uma estratégia confortante à mente e ao coração de quem fica. E pode favorecer também acalentando e acolhendo a sua dor e o seu medo da renúncia que virá e já se faz presente por já se fazer perda!

Em uma canção do Pe. Fábio de Melo, chamada Contrários, encontrei versos que me ensinaram um pouco mais sobre as perdas:

“Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota algum motivo pra lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer”.

Lembre ao seu coração que pode haver um fim para muitas das coisas que amamos, mas também haverá um fim para a lamentação. Faz-se necessário perder para ganhar. Aprendi que perdas são necessárias para amarmos além!!!

Por: Karina Simões


Siga-me no Twitter: @Psicronicidade
 

Mulher: uma relação saudável com você mesma


De vez em quando bate à porta de toda mulher uma pergunta: Sou feliz em meus relacionamentos? Isto é mais que natural, afinal a vida é feita de questionamentos e provocações para que nos situemos se estamos indo bem ou se é possível viver melhor.

Num mundo de constante ebulição tudo está sempre em transformação, inclusive dentro de nós, e o que era bom ontem pode não ser bom hoje. As sensações, os conselhos e até os sentimentos se transformam dentro de cada um, a cada novo tempo. Mas, como responder à pergunta se o relacionamento está sendo bom? Só há um jeito de se descobrir: olhar para o coração e tentar refletir sobre o seu eu interior. Haverá sempre algo positivo e também algo difícil a ser vivido. Ademais, até em contos de fadas existem as noites da alma. Haverá motivos para o sorriso fácil em lembranças e expectativas e, também, razões para um lamento por tudo aquilo que não é como se desejaria que fosse. O coração não disfarça e se exibe em sensações perceptíveis. O olhar da mulher revela sua alegria, sua tristeza e, até “um tanto faz” indiferente, de quem pensa ter perdido o direito de ser feliz.

Relacionamento saudável para a mulher é aquele em que ela se sente altiva e capaz de escrever a sua própria história, entre risos e lágrimas, com olhar nela e também em quem é alvo de seu amor, mas sem nunca desistir de sua capacidade de transformar-se até para poder transformar quem está por perto. Todo ser necessita crescer e o conceito do “ser saudável” é aquele que nos leva ao crescimento, independentemente da estação da alma: no calor de uma paixão, na frieza de um “não mais”, nas perdas do que já passou ou no florir de um renovado ou novo amor. O fundamental é que, em tudo, haja vida, haja crescimento e seja compreendido como importante pelo fruto do amor que foi vivido e até pelo aprendizado que gerou.

Relacionamento saudável é aquele que nos faz crescer como mulher, no riso de dias claros ou nas lágrimas de noites sem lua, mas sem nunca deixar de nos levar a um novo amanhecer para, mais uma vez, nos dar uma razão para sorrir. Amando-se de verdade!!!


Por: Karina Simões

Siga-me no Twitter: @Psicronicidade

Saudades... Um rebuliço na alma

Deveriam ensinar nas escolas e faculdades a nos relacionarmos melhor com alguns sentimentos… Reporto-me hoje à saudade.

Mas, as escolas e faculdades se importam, apenas, em informar e não em nos formar para vida. E aprender a administrar sentimentos é um desafio que transcende nossa alma. Parece, então, que só a “escola da vida” é que se importa em nos fazer aprender. Mas será mesmo que podemos aprender a lidar melhor com alguns sentimentos? Será mesmo que se nós tivéssemos tido aula, lá atrás nas nossas vidas, sobre o que é sentir saudade e o que a saudade representa para cada um de nós, saberíamos lidar melhor com o rebuliço que ela causa na alma? O que é saudade para você?

Ter saudade de um olhar, de um gesto de ternura ou de um cheiro, mesmo sem palavras para explicar é assim... Sente-se. A vida passa num instante, e vamos fotografando os momentos na mente e no coração nos clicks dos olhares apaixonados e dos momentos únicos vividos a dois. Porque um instante é muito pouco para sonhar. Amar não requer explicações. Porém, lembre-se: o amor sempre encontrará argumentos para existir, coexistir e sobreviver. E quem vai explicar a saudade que ela não deve vir à tona? Alguém ousa enfrentá-la? Alguém ousa não viver a saudade? Aconselho que não. Oriento que se jogue, que viva, sinta e se entregue à saudade de viver um sonho acordado de amar.

Saudades é olhar para você e perceber que o outro lhe trouxe de volta. É sentir que fomos reconstruídos onde antes havíamos apenas nos escondido. Saudades é encontrar sossego na alma mesmo pensando no outro, ausente. É chorar e rir ao mesmo tempo, mas permanecer num sonho acordado. É sonhar sem dormir. E num encanto de um olhar e de um encontro de vontades, o outro aparece e acalenta sua alma pela certeza que se sente que mesmo ausente se faz presente. É sentir o cheiro do outro mesmo longe. É viver os momentos vividos a dois, mesmo sozinho. E sorrir. É ver acender uma luz no coração e no olhar, trazendo de volta a certeza de estar inteiro. Saudades são reticências nas nossas vidas...

Como nos inebria Cecília Meireles: “De longe te hei de amar - da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância”.

Por: Karina Simões
Siga-me no Twitter: @Psicronicidade
www.karinasimoes.com.br

Voo de volta ao amor

 

E as portas se fecham “em automático”. Voo autorizado. A saudade e o sentimento de “missão cumprida” me acompanham na poltrona ao lado: vazia, mas preenchida, completamente de mim mesma e do amor puro. Meus voos sempre me levam a divagações, minha alma parece transcender e meus dedos não param de escrever. A inspiração sempre foi minha fiel companhia de voo. Nunca preciso apelar para que ela venha se fazer presente. Ela aparece assim, sem explicações lógicas como o amor que nos consome. Porque o amor foge de todas as lógicas matemáticas.

Nossas vidas são sempre recheadas de surpresas, milagres e encontros. Mas, quando nos deparamos com um encontro de almas, nosso afeto “grita” no silêncio nos encantando como um feitiço feito por um olhar e num encaixe sublime do beijar. E o beijo é o encantamento do encontro.

O amor nos revela o divino, iluminando os instantes da vida, que nos expõe em vulnerabilidade e nos coloca diante de situações, muitas vezes, incompreensíveis e que, talvez, nessa existência não encontraremos explicações. Só chegamos ao nosso eu mais profundo e alcançaremos a alma do outro quando verdadeiramente nos permitirmos amar. Você já se permitiu amar?

Decidi há um tempo, como uma meta diária, que eu aprenderia e ensinaria algo novo todos os dias, e a cada dia de minha vida. Aprendi hoje algo, na verdade “antigo”, porém, renovado em meu ser, por isso se faz novo. Trouxe, de fato, esse aprendizado de volta a minha consciência. A arte da espera, ou a espera do esperar.

Em Lispector, uma fiel companheira de viagens, finalizo minha divagação em homenagem aos dois brilhos de um olhar: a esperança e o amor.

“Existir é tão completamente fora do comum que se a consciência de existir demorasse mais de alguns segundos, nós enlouqueceríamos. A solução para esse absurdo que se chama “eu existo”, a solução é amar um outro ser que, este, nós compreendemos que exista.”

Aprendemos que nossa grande missão na vida não é vencer o medo da morte nem das perdas, mas encontrarmos o amor e desenvolvermos o amar! E amando...esperamos.

Esperar nas reticências de um olhar. Estou quase chegando. Como é bom retornar... a amar!

Por: Karina Simões


Siga-me no Twitter: @Psicronicidade
 

Amar de novo...

 

Deveríamos ter aulas de como não complicar as relações amorosas, porque o amor é arte na simplicidade. E arte se faz com poesia, com sentimentos e sensibilidade. E acontece assim: A cumplicidade encontrou num beijo dado um encaixe perfeito, por quê? E os questionamentos nos consomem o espírito num silêncio que mais tarde floresceu num amor e numa loucura, ao mesmo tempo, porque não nos ensinaram que a paixão nos enlouquece. Não nos ensinaram as várias nuances sobre o amor e sobre o amar.

E que mesmo distante, o amor seja sempre amado e respeitado.  E que uma resposta possa aparecer para acalentar nossas metades que gritam pela loucura vivida, ora sofrida, ora prazerosa. Mas marcante, com certeza, e movida por saudades e sorrisos entre olhares cúmplices e almas semelhantes. Porque amor é semelhança e não diferença.

Amar alguém é dar uma festa em nossos corações. É ter brilho de novo e tudo novo no nosso olhar. Exalamos vida e sorrisos ao mesmo tempo e tudo junto! É sentir a tal química, não explicada pela ciência até hoje, borbulhando no nosso corpo e mente nesse momento que é único. É acordar pensando. Passar o dia lembrando. E deitar com saudades. Amar alguém é deixar de ser refém de si mesmo e ter de volta sua própria vida. É falar com os olhos, enxergar com os lábios e ouvir com o coração sentindo na alma a presença do outro. E num sonho, o cheiro do outro se faz presente e presença! Simples assim.

Por que não nos ensinaram a amar? Eu já sei. Porque é inexplicável saber como alguém magicamente encaixa com você.  E magicamente some de você. Isso mesmo. Some! Amar tem dessas coisas... Amamos intensamente, verdadeiramente e profundamente alguém, mas por algum motivo o amor se vai. Escoa entre os dedos das mãos e nem ouse segurá-lo, pois ele é livre. O amor é livre para amar! Ele voa... Simples assim: Amar de novo.

 

Por: Karina Simões

Siga-me no Twitter: @Psicronicidade

Agendar Consulta Fale conosco agora